sexta-feira, novembro 27, 2020

Nota: PCP em meditação

 Não, não se trata de nenhuma aula alargada de meditação colectiva e platónica com qualquer especialista convidado a manipular as mentes dos presentes. Trata-se de um encontro partidário, num dos concelhos de Lisboa mais afectados pela covid19, durante o  qual, e no final do qual, depois de tudo espremido, nada de útil vai resultar para os cidadãos. Falo de um partido, lamento dizê-lo, a definhar aos poucos, com um discurso que se mantem desactualizado, que não trás hoje nada de novo às pessoas, que assenta teimosamente na ideologia pesada e radicalizada bebida em manuais desactualizados - no futuro não sei como será... - com uma praxis que resistiu ao tempo e às mudanças, e que vem cavando, por culpa própria, o fosso entre o que são as lucubrações cupulistas fantasiosas e a realidade no terreno. 

Recomendaria ao PCP, por exemplo - cuja utilidade no terreno e na política em geral eu admito seja afirmativa - que promova uma reflexão interna simples passível de encontrar rápidas respostas para questões simples: porque motivo nas legislativas 2019 só um milabre safou o PCP de uma maior humilhação perdedora, em votos e em mandatos, porque motivo foi jogado fora do parlamento dos Açores e por que razão nas regionais de 2020 na Madeira ficou reduzido a um deputado apenas e mesmo assim... Se o PCP fizer a autocrítica, que pode alargar ao desastre das autárquicas de 2017, se der respostas convincentes - não como aquela de justificar a  abstenção no OE-2021 com uma lista de porradas ao documento e ao PS a par de autoelogios só para as suas propostas, como se apenas eles tivessem do seu lado o dom da razão e da sabedoria - então desta reunião covideira em Loures poderá resultar algo de útil. De durabilidade efémera como se passa com todos os congressos partidários (LFM)

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