Um
novo estudo da Universidade de Sydney, na Austrália, realizado em parceria com
cientistas do Reino Unido, da Índia e da Etiópia, procurou saber quais as
cidades a nível mundial que correm mais risco de gerar novas pandemias, sendo
que as conclusões revelam que a maioria se localiza no sul e sudeste da Ásia e
na África Subsaariana, avança o ‘Times Live’.
Mais
concretamente, segundo a pesquisa, as cidades de Joanesburgo, Cidade do Cabo e
Durban, todas localizadas na África do Sul, estão entre as cidades globais com
alto risco de gerar a próxima pandemia, de acordo com um novo estudo.
A pesquisa analisa cidades com alto nível de contato entre animais e humanos, combinado com saúde precária e alta conexão global. O autor principal, Michael Walsh, afirmou que cerca de 40% das cidades mais conectadas do mundo, têm áreas onde a pressão humana sobre a vida selvagem é elevada.
Entre
14% e 20% das maiores cidades do mundo com risco de doenças que passam de
animais para humanos provavelmente não conseguirão detetar as novas doenças
devido a uma infraestrutura de saúde deficiente, disse Walsh.
«As infeções emergentes que levam a epidemias ou pandemias substantivas são normalmente entre animais e humanos e cruzam as fronteiras das espécies em pontos vulneráveis da interface humano-animal», afirma o especialista no artigo divulgado no One Health e publicado na revista Galileu.
O
artigo revela ainda: «A partilha do espaço entre a vida selvagem, os humanos, e
os seus animais domésticos, aumentou dramaticamente nas últimas décadas e é um
dos principais impulsionadores do aumento de infeções virais».
«O
aumento da interface humano-animal também ocorreu em conjunto com a
globalização crescente e os sistemas de saúde deficientes, resultando num
cenário com terríveis implicações para a saúde humana e animal», acrescenta o
documento. «Os locais onde os focos não são identificados, podem conduzir à
disseminação mundial e a novas pandemias», disse Walsh, membro do Instituto
Marie Bashir para Doenças Infeciosas e Biossegurança.
Walsh
considera que embora os países mais pobres tenham a maioria das cidades em
zonas classificadas como de maior risco de transmissão infeciosa e subsequente
disseminação global, o elevado risco nessas áreas é uma consequência da
deficiência dos sistemas de saúde.
Embora
não sejam amplamente representados na zona de maior risco por terem uma melhor
infraestrutura de saúde, os países mais ricos ainda têm muitas cidades em risco
de gerar pandemias por causa das pressões extremas que exercem sobre a vida
selvagem, através do desenvolvimento insustentável.
As
principais medidas necessárias para travar esta situação incluem esforços de
conservação para limitar os encontros da vida selvagem com humanos e os seus
animais domésticos, vigilância aprimorada de animais e infraestrutura de saúde
humana para detetar possíveis transmissões.
«Com
estas novas informações, as pessoas podem desenvolver sistemas que incorporem
uma infraestrutura de saúde humana, criação de animais, conservação de habitat
da vida selvagem e movimentação através de centros de transporte para prevenir
a próxima pandemia», conclui o autor (Executive Digest, texto da
jornalista Simone Silva)
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