domingo, novembro 22, 2020

Portugal é o quinto país da União Europeia com mais pobreza entre quem trabalha

Voltou a subir, no ano passado, a percentagem de trabalhadores em Portugal cujo rendimento disponível fica abaixo do limiar de pobreza. O país passou de oitavo lugar, em 2018, para quinto lugar, em 2019,  no grau de pobreza no trabalho na União Europeia (UE). Assim, está apenas atrás de Roménia, Espanha, Luxemburgo e Itália. A conclusão é do Relatório Conjunto sobre o Emprego da Comissão Europeia, publicado esta quarta-feira.

“Em Portugal, as taxas de desemprego global e dos jovens continuam elevadas, apesar de se registarem reduções moderadas. Os indicadores de risco de pobreza e desigualdades de rendimento também apresentam níveis elevados em comparação com a média da UE, pese embora uma ligeira diminuição”, lê-se no documento.

O relatório de Bruxelas sobre evolução do emprego dá conta de uma taxa de pobreza entre trabalhadores em Portugal nos 10,8% – um aumento em 1,1 pontos percentuais face a 2018, o pior agravamento a nível europeu. Assim, mais de um décimo dos trabalhadores portugueses está em risco de pobreza.

O aumento da taxa de pobreza entre quem trabalha acontece apesar da subida do salário mínimo nacional nos últimos cinco anos, e apesar de o país cumprir os critérios de referência internacionais para a adequação do salário mínimo. Neste ponto, Portugal é o país que está melhor posicionado – foi o único Estado-membro, no ano passado, em que a retribuição mínima foi além dos 60% da mediana de salários (ficou em 70%).

De acordo com o Relatório Conjunto sobre o Emprego, Portugal é o país com as mais baixas qualificações entre a população adulta: na faixa etária dos 25 aos 64 anos apenas 52% completou, no mínimo, o ensino secundário. O país é também dos mais afetados pela precariedade das relações de trabalho.

O documento de Bruxelas aponta ainda que Portugal foi um dos países mais afetados pela não renovação dos contratos no contexto da crise pandémica, juntamente com Espanha, Croácia, Polónia e Eslovénia (Executive Digest, texto da jornalista Mara Tribuna)

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