Voltou a subir, no ano passado, a percentagem de trabalhadores em Portugal cujo rendimento disponível fica abaixo do limiar de pobreza. O país passou de oitavo lugar, em 2018, para quinto lugar, em 2019, no grau de pobreza no trabalho na União Europeia (UE). Assim, está apenas atrás de Roménia, Espanha, Luxemburgo e Itália. A conclusão é do Relatório Conjunto sobre o Emprego da Comissão Europeia, publicado esta quarta-feira.
“Em Portugal, as taxas de
desemprego global e dos jovens continuam elevadas, apesar de se registarem
reduções moderadas. Os indicadores de risco de pobreza e desigualdades de
rendimento também apresentam níveis elevados em comparação com a média da UE,
pese embora uma ligeira diminuição”, lê-se no documento.
O relatório de Bruxelas sobre
evolução do emprego dá conta de uma taxa de pobreza entre trabalhadores em
Portugal nos 10,8% – um aumento em 1,1 pontos percentuais face a 2018, o pior
agravamento a nível europeu. Assim, mais de um décimo dos trabalhadores
portugueses está em risco de pobreza.
O aumento da taxa de pobreza
entre quem trabalha acontece apesar da subida do salário mínimo nacional nos
últimos cinco anos, e apesar de o país cumprir os critérios de referência
internacionais para a adequação do salário mínimo. Neste ponto, Portugal é o
país que está melhor posicionado – foi o único Estado-membro, no ano passado,
em que a retribuição mínima foi além dos 60% da mediana de salários (ficou em
70%).
De acordo com o Relatório
Conjunto sobre o Emprego, Portugal é o país com as mais baixas qualificações
entre a população adulta: na faixa etária dos 25 aos 64 anos apenas 52%
completou, no mínimo, o ensino secundário. O país é também dos mais afetados
pela precariedade das relações de trabalho.
O documento de Bruxelas aponta
ainda que Portugal foi um dos países mais afetados pela não renovação dos
contratos no contexto da crise pandémica, juntamente com Espanha, Croácia,
Polónia e Eslovénia (Executive Digest, texto da jornalista Mara Tribuna)
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