Rodrigo Gonçalves, o dirigente do partido que em
outubro assumiu um papel de relevo na estrutura de Rui Rio, demitiu-se, este
domingo, na sequência de uma notícia do DN sobre perfis falsos nas redes
sociais.
Num comunicado, com data de domingo, Rodrigo Gonçalves
anuncia a sua saída do cargo de consultor de comunicação do PSD. "O que me
move é o sentido de responsabilidade e por isso tomei hoje a iniciativa de
deixar de colaborar no plano profissional, com o PSD." NEsta decisão foi
tomada após a publicação, no sábado, de uma investigação do Diário de
Notíciasque dava conta da existência de uma série de perfis falsos, no Twitter
e no Facebook, que espalhavam mentiras sobre adversários políticos do partido.
Rodrigo Gonçalves era mencionado no trabalho como sendo uma das quatro pessoas,
reais, que interagiam com as contas fictícias. No seu comunicado, Rodrigo
Gonçalves contrapõe a sua versão destes factos, garantindo que não tem
"nenhuma ligação" com as contas falsas: "No passado sábado fui
confrontado com uma notícia do Diário de Notícias que, com base em argumentos
falsos no que a mim diz respeito, tentava ligar-me a perfis das redes sociais a
que não tenho nenhuma ligação. Desta forma pôs em causa o meu bom nome, a minha
honra e a minha imagem." Para o conselheiro nacional do PSD, isso deve-se
a alegadas "agendas pessoais de "fontes" internas e externas ao
PSD, só posso associar estas notícias e o seu timing a esse fator
eleitoral". O DN mantém o que escreveu, e cujas fontes estão citadas -
nomeadamente o trabalho de pesquisa desenvolvido com um grupo de investigadores
universitários do ISCTE.
A razão para a demissão, esclarece Rodrigo Gonçalves,
é também pessoal: "Na minha vida existem hoje prioridades invioláveis e a
principal responsabilidade que tenho é defender e salvaguardar a minha família.
Por isso não posso permitir que sejam afetados pelas calúnias, pela difamação,
pela desinformação e pela má-fé que abunda no espaço mediático e político.
Tenho o dever de os proteger."
Considerando que pode estar em causa a existência de
"uma arma de arremesso político contra o Dr. Rui Rio", Rodrigo
Gonçalves acrescenta que têm sido vários os "ataques" ao líder do
partido. "Temos assistido a ataques a muitos dos que estão próximos do
líder do PSD, desde dirigentes a colaboradores, com um único objetivo de destruir
os projetos que tem para o PSD e para o País. Mas comigo não contam para ser bode
expiatório dessa campanha."
Por isso, apesar de se ter demitido das funções que
desempenhava, o conselheiro nacional do PSD garante que continuará a dar apoio
a Rio. "Mantenho, no plano político, o meu total empenho, como faço desde
a primeira hora, mas agora ainda mais reforçado, para fazer vencer o projeto do
PSD e do Dr. Rui Rio, ultrapassando todos os obstáculos reais ou fabricados que
se apresentem no caminho."
O comunicado termina com essa garantia: "Que
fique claro que não limitarei, em nenhuma circunstância, a minha liberdade de
intervenção política, que é seguramente compatível com o meu sentido de
responsabilidade e compromisso para com o que tenho de melhor que é, em
primeiro lugar a minha família e depois o meu Partido" (DN-Lisboa)
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