Eu não sei se acham bem ou não, se concordam ou não, é-me indiferente, mas penso que a gestão comunicacional da saúde na RAM tem que mudar. Antes que se chegue a uma situação de desinformação generalizada e de pressão constante, como acontece no Continente com o governo socialista de Costa. Porquer desvalorizou os alertas, ignorou a realidade e acabou, perante o agravamento da crise, por aparecer aos olhos dos portugueses como um governo impotente, gasto, desmotivado, com poucas medidas a tomar e incapaz de gerar consensos ou acordos com os profissionais do sector, etc.
Eu fracamente acho que a actividade dos serviços de saúde na RAM - que os contribuintes pagam com os seus impostos, os mesmos contribuintes nem sabem onde começa a verdade dos indicadores estatísticos e acaba a manipulação e a mentira de partidos na oposição - deve ser pública, tem que ser conhecida com regularidade minimamente aceitável. Salvo se querem manter esta divergência desgastante de indicadores - o GRM desmente os dados da oposição mas não apresenta os seus valores alternativos, no caso das listas de espera e das cirurgias.
Inicialmente tinha pensado em sugerir relatórios semanais mas admito que o façam mensalmente. Tanto os Centros de Saúde, como as diferentes especialidades hospitalares, deviam difundir mensalmente um relatório das suas actividades desenvolvidas no mês anterior, documento assente na divulgação de todos os dados e estatísticas disponíveis e publicando os valores para os itens mais importantes. incluindo os que transitam para o mês seguinte. Isso permitiria que os interessados possam mais facilmente acompanhar a actividade desenvolvida. E deixamos de ter manipulação de indicadores.
Eu sei que não vão ligar patavina ao tema. Ou seja, vamos andar a ser confrontados com as alegadas mentiras da oposição, sempre que fala em listas de espera e outros actos clínicos, oposição que usa e estica os "números" como quer e lhe convém. E confrontados com as omissões do poder que parece insistir em não divulgar os indicadores c om maior regularidade, provavelmente por serem incómodos. No final vamos ver, nas urnas, quem sai mais desgastado neste confronto de meias-verdades, ou meias-mentiras, como queiram. É a velha teoria do copo meio-cheio que também pode ser um copo meio-vazio!
A opinião pública é que não pode ser instrumentalizada, enganada por estes jogos político-partidáripos de meia-tijela, obrigada a assistir a uma "guerra" idiota de números, contestados pelo poder ou questionados pelos partidos na oposição, apostados em "morder" e desgastar o poder. Que não pode ter a ousadia de achar que tem sempre a razão do seu lado, quando regra geral isso não acontece. O problema é que para aumentar a confusão entre os madeirenses, eis que os partidos da oposição sustentam que utilizam indicadores oficiais do SESARAM que depois o GRM desmente no parlamento! No último Estado da Região na ALRAM, isso aconteceu mais do que uma vez, sem que o GRM tivesse sido convincente e divulgado sequer os seus números, em resposta aos dados repetidamente atirados para o debate por deputados do PS e do JPP. Assim não vão lá!
Afinal quantas pessoas estão neste momento nas listas de espera? Quantos actos clínicos estão pendentes e em que especialidades? Quantas cirurgias estão por se realizar e quantas têm sido realizadas pelos serviços hospitalares, no seu funcionamento normal, e quantas cirurgias são consumadas pelo HMN com recurso a um programa específico de recuperação de cirurgias, sendo neste caso importante saber qual o custo desse programa?
Não podemos andar nesta pouca vergonha de números atirados de um lado e desmentidos do outro lado. Afinal a informatização dos procedimentos, "limpa" ou não muitas esperas (Pedro Ramos falou em cerca de 5 mil actos clínicos anulados)? Como é que podemos ter quase 140 mil madeirenses, segundo o PS e a JPP, em lista de espera, número que, até prova em contrário, considero um embuste partidário visando a deliberada manipulação da opinião pública no âmbito de uma caça ao voto antecipada? Caramba será que a SR da Saúde vai continuar na mesma pasmaceira comunicacional, sem entender que não pode manter esta atitude de deliberada omissão, quando na verdade precisa pugnar, em seu benefício, pela transparência e pela verdade, mudando a sua postura redutora na divulgação dos indicadores mais importantes do sector? É que a desconfiança, a dúvida e a incerteza junto da opinião pública, penalizam sobretudo quem tem a responsabilidade pela governação (LFM)
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