O processo administrativo de dissolução foi instaurado no dia 10 de maio. Nessa altura, foram notificados não só a Dorsay, como também o acionista Sindika Dokolo e também o administrador Ricardo Morais Diz, este último com domicílio profissional na Charneca da Caparica.
A partir do momento da notificação, foram dados dois prazos:
- um prazo de dez dias para comunicarem junto dos serviços da conservatória a existência de ativo e passivo da sociedade
- um prazo de 30 dias para regularizarem a situação ou para demonstrarem que a regularização já se encontra efetuada;
A decisão de liquidação foi proferida já no final de junho, “em virtude da sociedade não ter efetuado durante dois anos consecutivos a prestação de contas”, tendo sido dado um período de dez dias para impugnarem judicialmente a decisão que se tornou definitiva a 18 deste mês.
Não foi a primeira vez que a Dorsay esteve em risco de dissolução por falta de apresentação de contas. No início de 2020, já depois do caso Luanda Leaks ter apertado o cerco aos negócios de Isabel dos Santos, as autoridades madeirenses avançaram com um processo semelhante contra a sociedade, mas situação acabou por ser rapidamente resolvida, evitando o fecho da empresa, como adiantou o ECO na altura. Entretanto, em maio desse ano, o BPI interpôs um processo judicial no tribunal da Madeira contra Sindika Dokolo e também a Dorsay por causa de uma dívida de cinco milhões de euros.
Isabel dos Santos tem vindo a ser alvo de diversas ações dos bancos portugueses. Ainda na semana passada o BCP e o Novobanco avançaram com uma ação em conjunto no valor de 17,4 milhões de euros contra a empresária angolana e ainda das suas sociedades Santoro e a Finisantoro, através das quais detém uma posição de 42,5% no banco português EuroBic, que está prestes a ser vendido.
As sociedades Unitel Holdings e Kento Holding (com participações indiretas na operadora Nos) e a Winterfell Industries e Winterfell 2 (ligadas à Efacec) foram outras sociedades visadas pelos bancos nos últimos anos, na sequência do Luanda Leaks. O ECO contactou a assessoria de Isabel dos Santos ao início da tarde e ainda não obteve uma resposta (ECO digital, texto do jornalista Alberto Teixeira)
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