“O Estado retomou ações para aprovar uma Lei de Cooperação Internacional, com o objetivo de impor maiores controlos à sociedade civil, como parte da sua política de criminalização, o que representa uma nova ameaça para as organizações”, sublinha. Segundo o CDJ, os 214 ataques representam uma diminuição de 42% em relação aos 374 registados no mesmo período de 2021, mas "os riscos continuam elevados para o movimento dos Direitos Humanos". "As ameaças, intimidação, assédio e campanhas de estigmatização continuam a acontecer e são graves”, adianta.
Os dados do relatório dão conta que 146 dos 214 ataques foram situações de estigmatização, 45 de intimidação e assédio, 14 de ameaças, e os restantes incluem “judicialização” (acusação judicial), ciberataques, entre outros.
“Sistematicamente, através dos espaços oficiais do Estado, das redes sociais, meios de comunicação social, entre outros, esgrimem-se acusações e campanhas de difamação, que procuram desacreditar o trabalho das organizações e pessoas defensoras de direitos”, explica o CDJ. Em muitos casos, refere ainda, estas campanhas incluem “conteúdos de ódio e violência”, que representam “riscos perante a possível materialização de outros atos violentos contra” os ativistas.
Segundo o relatório, “foi constante a intenção de associar a promoção, defesa e busca dos Direitos Humanos a atividades criminosas, especialmente ao terrorismo, à desestabilização e ataques à paz do país”. O CDJ prevê que “continuará a ser um risco defender, promover e exigir direitos no país enquanto não forem tomadas medidas corretivas para garantir um espaço cívico e democrático pleno e livre, e enquanto as limitações legais à promoção, defesa e exigência dos Direitos Humanos permanecerem em vigor, assim como a criminalização destas atividades” (Expresso)
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