Ficamos a saber que as famílias portuguesas há 14 anos que não estavam numa situação
financeira de tal modo grave que os seus rendimentos não são suficientes para fazer face às despesas.
Acresce que a poupança também está em mínimos históricos. Em dois anos as nossas famílias
passaram de uma situação estabilizada em que os seus rendimentos eram suficientes para
acomodar as suas despesas, para uma nova situação, de aflição financeira, sendo
necessário recuar até 2008, período marcado pela crise financeira do subprime,
para encontrarmos algo semelhante.
Factualmente há seis trimestres consecutivos que as famílias registam
uma redução constante da sua capacidade financeira para fazer face às despesas
familiares, garantindo o INE que essa capacidade financeira das famílias tem reduzido
progressivamente desde o segundo trimestre de 2021. A poupança bruta das famílias
caíu 59% entre março de 2021 e setembro deste ano. Perante esta evidência, como
é possível haver ainda políticos com dificuldade em identificar as prioridades
e os problemas dos portugueses e particularemente das nossas familias? Em vez
de venderem gato por lebre e acharem, erradamente, que a crise apenas penaliza
os cidadãos de menores rendimentos, que não pagam impostos, o que se esperaria
eram medidas concretas que ajudassem a conter o impacto que a guerra na Ucrânia
está a ter nas nossas vidas. Mas isso é utopia, nunca vai acontecer….
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Sou amigo de infância de
Sérgio Marques, nunca o atacarei pessoal e politicamente como alguns agora
fazem, incluindo os que andaram anos a contar com ele em várias frentes. Até me
lembro do dia em que me pediram para demover SM de abandonar o cargo de
director regional quando optou pelo sector privado. Acho que Sérgio Marques
cometeu um erro politicamente fatal na gestão de um determinado tempo mediático
que lhe surgiu. Ele ou foi demasiado ingénuo ou não soube lidar com uma agenda
mediática nacional, regra geral agreste para com a política e que se marimba
para os seus protagonistas. Acho que, independentemente de críticas que possam
ser feitas - sobretudo pelo timing escolhido e pelo conteúdo das declarações, já
que ele se limitou apenas a recuar no tempo – não sabemos se os factos
referidos são ou não verdadeiros, Sérgio Marques, que tem uma forma muito
própria de estar na política - as nossas divergências resultavam do facto dele
apoiar Passos Coelho e a lógica radical nos tempos da troika e eu entender que
exagerava ao querer ser mais do que a troika exigia - terá pisado uma linha
vermelha que no caso dos políticos em actividade existe e costuma ser
implacável. Por isso, concordo com a decisão de renunciar ao mandato e de
abandonar a CPR do PSD-M porque não tinha mais condições para continuar - seria
contraditório e paradoxal - em ambas as frentes. Desconheço qual a evolução
deste caso a partir deste momento mas recomendo ponderação e uma melhor gestão
do tempo, dos temas e do espaço mediático. Aliás acho, sempre achei, que Sérgio
Marques nunca deveria ter pretendido ser candidato a deputado – há sempre um
tempo para tudo e para todos - e que não deve ter gostado nada de ver o seu
nome integrado numa lista dos alegados milionários da política nacional que
tanta polémica e falatório gerou.
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Outra palermice mostrada pela guerra na Ucrânia, é uma vez mais protagonizada pelo bandalho e assassino Putin – e classifico-o assim pela mortandade provocada e que tanto excita a sua mente doente mas perigosa - tem a ver com a alegada e repetida “disponibilidade” da Rússia, pais invasor e agressor, para “negociar” com a Ucrânia. Uma disponibilidade na qual ninguém acredita e que mostra - tal como cíclicas declarações idiotas de um tal ministro de Kiev, Kuleba - a hipocrisia nojenta e mentirosa reinante nos corredores do poder no Kremlin. O absurdo de Putin é que ele quer “negociar” com Kiev apenas se os ucranianos aceitarem a nova configuração territorial do país, decorrente da invasão e das anexações decretadas por Moscovo desde 2014, sem que ninguém se incomodasse com isso (Opinião de LFM publicada no Tribuna da Madeira de 20.1.2023)
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