segunda-feira, janeiro 02, 2023

MAC-CCB é como se chama o antigo Museu Colecção Berardo

 

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou esta segunda-feira que o antigo museu Colecção Berardo se chamará Museu de Arte Contemporânea - Centro Cultural de Belém (MAC-CCB). “Estamos numa nova fase, num novo capítulo do CCB. Vamos, durante o ano de 2023, inaugurar aqui um novo museu — MAC-CCB", disse, à porta do CCB, Pedro Adão e Silva em declarações aos jornalistas a seguir a uma reunião de trabalho com a administração do CCB e já depois dos telões com nome do antigo Museu Colecção Berardo terem sido retirados da fachada principal do centro cultural, pouco depois das 8h da manhã. "O CCB recupera também uma parte da sua vocação que é ser um chão comum: tem um centro de exposições e um centro de artes performativas. É um momento de viragem em que um grande equipamento da cidade de Lisboa assume aquilo que é a sua vocação de cruzamento entre as várias artes.” O antigo Museu Berardo, que foi inaugurado há 15 anos, entra agora na sua terceira vida, com o fim do protocolo com o Estado que fará regressar o Centro de Exposições, o chamado “módulo 3”, à gestão do CCB.

Os "b" de Berardo, como o néon luminoso no pátio central do centro cultural que anunciava o agora ex-MCB, ainda não tinham sido substituídos pela nova sinalética a indicar MAC-CCB. O nome do novo museu tem apenas referência à arte contemporânea e não inclui o período moderno da Colecção Berardo.

A administração do CCB, que desceu juntamente com o ministro para o encontro com os jornalistas, disse que o museu passará a encerrar à segunda-feira. Cumprindo o novo horário, o museu estava encerrado hoje, devendo reabrir na terça-feira e terá "para já" o mesmo preço de bilhete, acrescentou ao PÚBLICO Elísio Summavielle, presidente do CCB, ladeado por Delfim Sardo, o administrador do CCB responsável pela programação. Será a administração do CCB a assegurar a direcção do MAC-CCB em colaboração com a equipa do ex-Museu Berardo, que tinha como directora artística Rita Lougares.

“O CCB recupera hoje um espaço expositivo de 9000 metros quadrados. Teremos aqui um novo museu que terá a Colecção Ellipse, a Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) e, enquanto se mantiver os termos do arresto tal como existem hoje, naturalmente também a Colecção Berardo”, voltou a explicar Pedro Adão e Silva, não excluindo que, no futuro, outras colecções possam vir a juntar-se a estas.

Sete meses depois, o ministro da Cultura cumpriu esta segunda-feira a promessa que fizera no CCB na conferência de imprensa em que deu a conhecer que o Estado se preparava para denunciar o acordo de comodato que assinara em 2006 com o coleccionador José Berardo, depois da acção judicial movida pelos três bancos credores do empresário ter conduzido ao arresto das mais de 800 obras da colecção de arte moderna e contemporânea. Foi também em Maio que anunciou a compra da Colecção Ellipse, acervo que pertencia ao universo do Banco Privado Português (BPP) de João Rendeiro​, para criar o museu de arte contemporânea mencionado no programa do Governo, a que se juntaria a CACE (Publico, texto da jornalista Isabel Salema)

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