quarta-feira, setembro 22, 2021

Notas autárquicas: Assembleias Municipais....



A Assembleia Municipal, no fundo o parlamento de um município, são uma espécie de parente pobre dos actos eleitorais, já que as atenções dos partidos se centram nas Câmaras Municipais e nas Juntas de Freguesia. Acho mesmo que as pessoas, de uma maneira geral, nem sabem para que servem as Assembleias Municipais, salvo sem estas se assumirem como forças de bloqueio da gestão autárquica ganhando por isso o direito a espaço mediático reforçado e que numa situação normal não teriam.

Mas em tempos de bipolarização inegável, valorizar excessivamente a Assembleia Municipal ou quem se candidata à sua presidência – que depende sempre de entendimentos partidários posteriores, aliás como o PSD-M sabe melhor do que ninguém depois do que aconteceu em 2017 no Funchal – introduzindo mais um protagonista numa luta que tem a ver apenas e só com a conquista da presidência da CMF, pode ser um sinal de dúvida ou de distorção deliberada do contexto eleitoral. E isso, a conquista da liderança de uma Câmara Municipal, não tem nada a ver nem com os resultados para as Juntas de Freguesia nem com a Assembleia Municipal. Tem a ver apenas com ter mais votos que os demais concorrentes.

Lembro o que aconteceu em 2017 quanto aos mandatos na Assembleia Municipal do Funchal, para a qual o PS-M foi o mais votado:

PSD – 15 eleitos + 5 inerências (Presidentes de Juntas) = 20 lugares

PS (coligação) – 12 eleitos + 5 inerências (Presidentes de Juntas) = 17

CDS – 3 eleitos

MPT – 1 eleito

PTP – 1 eleito

PCP – 1 eleito

Com base nestes resultados, a oposição elegeu 26 mandatos contra 17 da coligação liderada pelo PS (LFM)

Nota: estas minhas considerações são políticas e têm a ver com po estabelecimento de prioridades num combate eleitoral onde supostamente o que está em causa é a conquista da Câmara Municipal. Pelo menos supostamente será isso. Não tem nada a ver nem com pessoas que são candidatas, que respeito muito, nem com a importância dada, não vou discutir isso, desde 1976 às Assembleias Municipais contrastando com o peso que se atribui aos parlamentos, da República e Regional. Mas isso seria outra discussão...

Sem comentários: