Nem estudar nem trabalhar...

Alice soube que queria um futuro diferente no final do 10º ano: “Os meus amigos até iam inscrever-me no curso profissional de teatro sem eu saber, mas acabei por tomar a decisão primeiro. Fiquei contente quando soube desse plano, porque eles sabiam que eu não estava feliz no curso de ciências”, diz esta mulher natural do Porto, 24 anos, e que depois do curso profissional em teatro seguiu para Lisboa para fazer o Ensino Superior na mesma área. Nunca trabalhou durante o percurso escolar: fê-lo depois, pressionada pela pandemia: “Já era difícil entrar no mundo das artes, e a covid complicou tudo ainda mais. Arranjei trabalho num centro comercial e trabalhei lá sete meses.” Depois, despediu-se: “Já não aguentava mais. Não era o que queria fazer. Estava esgotada e sem tempo. Neste momento tenciono encontrar alguma coisa em part-time, para ter tempo para avançar com os meus projetos.”

Enquanto não “encontrar alguma coisa”, Alice faz parte dos cerca de 261,8 mil jovens portugueses entre os 16 e os 34 anos que não estudavam nem trabalhavam nos primeiros três meses de 2021, segundo números do Instituto Nacional de Estatística. Estes jovens “nem-nem” são cerca de 12,4% da população total compreendida entre estas idades. No quarto trimestre do ano passado, eram 10,9%.

Os jovens e as dependências

fonte: Jornal de Notícias

O que fazem os jovens? Em Portugal, 17,5% nem estudam nem trabalham

Em 2015, 17,5% dos jovens portugueses entre os 20 e os 24 anos não estavam a trabalhar, nem a estudar, nem a receber formação. É uma percentagem que coloca Portugal entre os países da União Europeia (UE) onde esta percentagem mais cresceu: 4,9 pontos percentuais desde os 12,6% de 2006, informa esta quinta-feira o Eurostat. O trabalho sobre os NEET, a sigla usada precisamente para referir estes jovens sem educação, nem emprego nem formação, mostra que no conjunto da UE quase cinco milhões de jovens estão nesta situação, o que equivale a 17,3% da população nesta faixa etária.

Portugal entre os países com mais jovens desocupados

Em 2006, a percentagem de jovens entre os 20 e os 24 anos que não estavam a estudar nem a trabalhar (NEET) era de 12,6% do total. Dez anos depois, esse valor subiu para perto dos 20%, colocando Portugal entre o grupo de países em que a situação é mais preocupante. Portugal estava no grupo de 13 países europeus em que a taxa de jovens desocupados era menor. Mas a evolução negativa dos últimos 10 anos atirou o país para o outro extremo da tabela, colocando a juventude portuguesa entre as que mais dificuldade tem para manter uma atividade académica e/ou profissional.

Cerca de metade dos jovens europeus não consegue deixar a casa dos pais

Segundo o Público, num texto do jornalista Samuel Silva, "quase metade dos europeus até aos 30 anos ainda vive com a família. Em Portugal, o número atinge 55%, apesar da descida apontada por um relatório europeu apresentado nesta terça-feira. Estão perto dos 30 anos, mas ainda vivem com os pais. Há mais jovens europeus sem capacidade para garantir a independência e 48% ainda vivem com a família, aponta um relatório internacional divulgado nesta terça-feira. Em Portugal, esse valor chega aos 55%, mostra o mesmo documento, que coloca também o país entre aqueles em que há mais jovens a viverem situações de carência extrema. Na maioria dos Estados-membros na UE, há mais jovens a viverem com os pais agora do que em 2007, ano a que se reportava a anterior publicação da European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions (Eurofound), a instituição que apresentou o estudo. Em cinco anos – os dados recolhidos dizem respeito a 2011 –, o número de jovens dos 18 aos 29 anos a viverem com os pais cresceu de uma média de 44% para 48%, nos 28 países da União Europeia (UE). Portugal está acima da média europeia e é um dos que apresentam valores mais altos (12.º). No entanto, os jovens portugueses pertencem a um grupo de 11 países em que se registou uma diminuição (59% para 55%), o que poderá estar relacionado com o aumento da emigração jovem. “É o que terá acontecido na Irlanda, que também foi afectada pela crise de forma particular, e pode ser parte da explicação” no caso português, afirma Anna Ludwinek, uma das autoras do estudo, em declarações ao PÚBLICO"

18% dos jovens já agrediu namorado

Quase um quinto dos jovens já agrediu o namorado e quase um terço já obrigou a companheira ou companheiro a ter relações sexuais. As conclusões foram apresentadas esta manhã na Universidade do Porto, num estudo que está a acompanhar há dez anos perto de três mil jovens que frequentavam as escolas do Porto.

Regiões Autónomas mais jovens

O Dia Internacional da Juventude vai comemorar-se no próximo dia 12. Segundo os dados do INE disponíveis no sistema de geomarketing Sales Index da Marktest, os concelhos das Regiões Autónomas são aqueles onde este grupo demográfico tem maior peso. Os dados do Instituto Nacional de Estatística disponíveis no sistema de geomarketing Sales Index da Marktest permitem fazer uma caracterização demográfica do país e entender os principais movimentos demográficos pelos quais passou ao longo das últimas décadas. Segundo os indicadores mais recentes, relativos ao ano 2009, Portugal possui 15.2% de residentes com menos de 15 anos, 11.1% com idades entre os 15 e os 24 anos, 55.8% entre os 25 e 64 anos e 17.9% com mais do que 64 anos. Portugal mostra-se assim envelhecido, com o grupo dos mais jovens, com menos de 25 anos, a representar pouco mais que um quarto dos seus efectivos totais.

Em termos regionais, as Regiões Autónomas e o Norte do Continente apresentam uma estrutura demográfica mais rejuvenescida, como o mostra o mapa seguinte, onde se representa o peso dos indivíduos com menos de 15 anos no total da população residente em cada concelho.

No topo da lista dos concelhos onde os jovens têm maior peso no conjunto dos residentes encontramos 6 concelhos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Nestes concelhos, os jovens desta faixa etária representam 20% ou mais da população total. Ribeira Grande é o que apresenta maior peso de jovens com menos de 15 anos, com 24.2%, seguido de Câmara de Lobos (21.1%) e Lagoa (Açores), com 21.0%. Santa Cruz, Ponta Delgada, Vila Franca do Campo, Lousada, Ribeira Brava, Paços de Ferreira e Paredes completam a lista dos concelhos onde este grupo demográfico tem maior peso. O mapa assinala a escuro os concelhos onde o peso dos jovens com menos de 15 anos é superior à média nacional (15.2%).

Esta análise foi realizada com base em dados disponíveis no sistema de geomarketing Sales Index , cuja filosofia é fornecer aos utilizadores todas as ferramentas necessárias à realização de análises de caracterização regional e do poder de compra do país (fonte: Marktest.com, Agosto de 2011)

Os jovens em Portugal

Os dados do Instituto Nacional de Estatística disponíveis no sistema de geomarketing Sales Index da Marktest permitem fazer uma caracterização demográfica do país e entender os principais movimentos demográficos pelos quais passou ao longo das últimas décadas. Entre 1900 e 2009, uma das mais importantes alterações ao nível demográfico do país prende-se com a quebra da taxa bruta de natalidade, que regrediu mais de três vezes neste período, passando de 30 nascimentos por 1000 habitantes em 1900 para 9.4 nascimentos por 1000 habitantes em 2009. Outro dos movimentos mais significativos a que assistimos foi a quebra da taxa bruta de mortalidade, que passou para metade neste período, de 20 óbitos por 1000 habitantes em 1900 para 9.8 óbitos por 1000 habitantes em 2009. Desde 2007 o número de óbitos superou o número de nascimentos em Portugal, o que significa também que a nossa população não tem capacidade de renovação geracional, com todas as implicações sociais, económicas e familiares desse facto.

Temos assim um Portugal mais envelhecido. Os jovens dos 15 aos 24 anos representam actualmente 11.1% da população residente, abaixo dos 18.1% que representavam no início do século XX e descendo de forma significativa desde os Censos de 1991. No outro extremo, os idosos com mais de 64 anos viram o seu peso no conjunto dos efectivos populacionais triplicar desde 1900, ao passar de 5.7% para 17.9% em 2009.

Em termos regionais, o Norte do Continente e as Regiões Autónomas apresentam uma estrutura demográfica mais rejuvenescida. O mapa assinala a escuro os concelhos onde o peso dos jovens dos 15 aos 24 anos é superior à média nacional (11.1%). No topo da lista dos concelhos onde os jovens têm maior peso no conjunto dos residentes encontramos 9 concelhos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Nestes concelhos, os jovens desta faixa etária representam mais de 14.5% da população total. Ribeira Grande é o que apresenta maior peso de jovens, com 17.5%, seguido de Câmara de Lobos (17.1%) e Vila Franca do Campo. Lagoa (Açores), Povoação, Porto Moniz, Vila do Porto, Ponta Delgada, Ponta do Sol e Felgueiras completam a lista dos concelhos onde este grupo demográfico tem maior peso.

(fonte: Marktest.com, Agosto de 2010)

O suicídio é a segunda causa de morte entre os jovens