Segundo o Correio da Manhã num texto dos jornalistas Paulo Pinto Mascarenhas e Teresa Oliveira, "a RTP pagou, em 2011, mais de 300 mil euros à empresa Marina Cruz Cabeleireiros (na foto), sediada em Lisboa, só para assegurar os penteados das suas estrelas, denuncia o cabeleireiro Joaquim Guerra, que recebe da RTP Porto 60 a 70 mil euros anuais pelo serviço que inclui cabelos e maquilhagem. O empresário propôs um contrato "mais vantajoso" à sede em Lisboa. Porém, segundo a queixa a que o CM teve acesso, não existiu da parte da RTP "qualquer receptividade em abrir um concurso, que apenas traria justiça e seriedade à gestão financeira de uma estação pública." A oferta de Joaquim Guerra seria bastante mais económica para a empresa pública, uma vez que o seu orçamento inclui serviço de cabeleireiro e maquilhagem. Ainda segundo a denúncia, antigos e "actuais administradores da RTP já deram indicações para que se abra um concurso", mas "as chefias executivas parecem ser estranhamente resistentes à boa gestão". Fonte oficial do canal público garante ao CM que "no âmbito das restrições orçamentais da RTP o contrato de cabeleireiro com a Marina Cruz foi cortado em 22,5%." A mesma fonte acrescenta ter existido "uma consulta recente a concorrentes e a conclusão foi a da manutenção do fornecedor." Lúcia Piloto, cabeleireira que trata dos pivôs, repórteres e convidados da TVI, disse ao CM não ter noção exacta dos valores que cobra ao canal, nem tão-pouco dos que são praticados no mercado, mas "não são 300 mil euros por ano". Mais: "Falei com a Marina [Cruz] e ela disse-me que esse valor não é correcto e que houve uma recessão", diz Lúcia Piloto. E acrescenta: "Este tipo de contratos com as televisões não enriquecem". Até ao fecho da edição, o CM não conseguiu falar com Marina Cruz e com Joaquim Guerra.ROSTOS EXCLUSIVOS DE MARINA CRUZ
Fátima Campos Ferreira, jornalista da RTP, disse ao CM desconhecer quanto custa este tipo de serviços. Surpreendida com a questão do CM, diz: "Sou jornalista, não tenho conhecimento desse tipo de matérias. Não tenho noção de valores. Não sei se é pouco ou muito", remata. Na queixa, o empresário e cabeleireiro Joaquim Guerra diz que as três principais beneficiárias da exclusividade da empresa Marina Cruz Cabeleireiros em 2011 foram Judite de Sousa, jornalista que entretanto saiu para a TVI, Fátima Campos Ferreira e Catarina Furtado. Segundo Guerra, à avença anual do Marina Cruz Cabeleireiros – ou seja, 300 mil euros por ano – "acresciam alguns milhares de euros pelo acompanhamento exclusivo de três apresentadoras [Judite de Sousa, Fátima Campos Ferreira e Catarina Furtado]" para além de "cerca de 500 euros por deslocação a gravações e directos exteriores" assim como "o aparecimento de cartões publicitários alusivos à sua marca no final dos programas".
MAQUILHADORA CRISTINA GOMES ASSINA CONTRATOS SEMESTRAIS
Cristina Gomes é, desde 2001, a responsável pela maquilhagem da direcção de Informação da RTP e de Catarina Furtado. Ao CM, a profissional diz que o seu vínculo à empresa pública é feito através de "contratos que são renovados semestralmente". Cristina Gomes recusa falar em valores, mas admite que a empresa pública já lhe pediu para reduzir. "Já reduzimos duas vezes o contrato nestes dois últimos anos". A maquilhadora de moda disse ainda que a avença é reduzida: "Dá para pagar os ordenados [um pouco mais de mil euros por mês] das profissionais, tenho oito pessoas dia e noite na RTP, e eu não recebo nada", diz Cristina Gomes ao CM”.
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