sexta-feira, março 26, 2021

Nota: um protesto legítimo e o "vê se te avias" ignorado


Um grupo de jogadores de futebol da Noruega, liderados pelos espetacular goleador Haaland,  organizaram um protesto há dias contra a exploração dos trabalhadores da construção civil que no Qatar estão a construir as infraestruturas para o próximo Campeonato do Mundo. 

Conforme foi noticiado, vários clubes noruegueses manifestaram-se favoráveis a um boicote ao Mundial, depois do jornal britânico The Guardian ter revelado que mais de 6.500 trabalhadores migrantes morreram no Qatar, desde a atribuição em 2010 da organização do Mundial àquele país. Cerca de 55% dos noruegueses são favoráveis a um boicote, segundo uma sondagem.

Eu aplaudo e apoio o protesto. Mas ri-me,  porque todos sabem que, com a pandemia, a construção virou um vê se te avias, com trabalhadores sem qualificação a realizarem pequenos trabalhos longe da fiscalização, contratados por empresas unipessoais constituídas, para efeitos de facturação, que parecem proliferar a reboque de pequenas obras domésticas que não precisam de licenciamento prévio e que mais facilmente fogem ao controlo da fiscalização. Isto obviamente sem generalizar. Mas as pessoas conhecem empresas, que ninguém sabe o nome, desleixadas, realizando trabalhos de construção no interior de edifícios, contratadas pelo "mais baratinho", quiçá  entregues a pessoas sem formação que perfuram e esburacam sem conhecimento, alugando carros "na praça" para transporte de entulhos, porque não possuem viaturas próprias, etc. Um vê-se te avias que isto vai acabar em breve.  Não, não é só no Qatar que existe impunidade (LFM)

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