Cerca de um quarto
das famílias portuguesas perdeu «grande parte» dos seus rendimentos em 2020,
sobretudo devido à crise de saúde pública da Covid-19, que para muitos se
tornou também uma crise financeira e social. A conclusão é de um estudo da Deco
Proteste.
O Barómetro «um
país desigual e em dificuldade» mostra que «uma em quatro famílias perdeu
grande parte do rendimento em 2020 e vive tempos difíceis. Num ano surpreendido
pela pandemia, e a funcionar a meio gás, as desigualdades sociais tornaram-se
mais visíveis. Mesmo nas famílias mais estáveis, a previsão para 2021 é
cautelosa», revela a Deco.
«As desigualdades sociais estão patentes nos números. Se há famílias a viverem um certo desafogo financeiro, outras há que lutam para sobreviver, vítimas de um ano no qual muitos salários foram reduzidos», pode ler-se na mesma pesquisa.
Segundo a empresa,
«a situação é particularmente crítica para um quarto das famílias que viu o seu
rendimento decrescer em pelo menos 25%». Estes agregados integram o patamar dos
63% que apresentam dificuldades financeiras e dos 6%, que se encontram numa
«situação crítica».« A perda de emprego, a inatividade profissional e a redução
salarial são as principais causas da quebra de rendimento originada pela crise
pandémica», adianta a Deco.
Quais as despesas
mais difíceis de suportar?
«A necessidade de
equipamento para as aulas a partir de casa é a explicação lógica para o
acréscimo de dificuldade em honrar as despesas de educação, em 2020, em todas
as regiões, à exceção de Lisboa e Vale do Tejo», observa a Deco no estudo em
questão.
No entanto, «enumerando
as parcelas a que mais dificilmente as famílias conseguem fazer face, os gastos
com o automóvel (combustível, manutenção e seguros) ocupam o topo da lista»,
com 54% das pessoas a admitir dificuldades neste campo. Seguem-se as despesas
com dentista (51%), férias grandes, viagens e estadias (46%), manutenção da
casa (44%) e óculos e aparelhos auditivos (42%).
Quais as regiões
mais afetadas?
O Barómetro mostra
ainda que na análise por distritos, Vila Real, Faro, Aveiro e Açores, são os
quatro mais afetados. O primeiro conta com 82% das famílias em dificuldades,
segue-se o segundo com 81%, o terceiro com 79% e o quarto com 75%.
Por sua vez na
análise por regiões é no Algarve que se regista a maior percentagem de pessoas
com dificuldades financeiras (73%). Segue-se depois os Açores com 68%, o
Centro, com 65%, o Alentejo com 64%, o Norte com 62%, Lisboa e Vale do Tejo com
61% e a Madeira com 59% (Executive Digest, texto da jornalista Simone Silva)
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