domingo, março 28, 2021

Uma em cada quatro famílias perdeu “grande parte” dos rendimentos em 2020

 

Cerca de um quarto das famílias portuguesas perdeu «grande parte» dos seus rendimentos em 2020, sobretudo devido à crise de saúde pública da Covid-19, que para muitos se tornou também uma crise financeira e social. A conclusão é de um estudo da Deco Proteste.

O Barómetro «um país desigual e em dificuldade» mostra que «uma em quatro famílias perdeu grande parte do rendimento em 2020 e vive tempos difíceis. Num ano surpreendido pela pandemia, e a funcionar a meio gás, as desigualdades sociais tornaram-se mais visíveis. Mesmo nas famílias mais estáveis, a previsão para 2021 é cautelosa», revela a Deco.

«As desigualdades sociais estão patentes nos números. Se há famílias a viverem um certo desafogo financeiro, outras há que lutam para sobreviver, vítimas de um ano no qual muitos salários foram reduzidos», pode ler-se na mesma pesquisa.

Segundo a empresa, «a situação é particularmente crítica para um quarto das famílias que viu o seu rendimento decrescer em pelo menos 25%». Estes agregados integram o patamar dos 63% que apresentam dificuldades financeiras e dos 6%, que se encontram numa «situação crítica».« A perda de emprego, a inatividade profissional e a redução salarial são as principais causas da quebra de rendimento originada pela crise pandémica», adianta a Deco.

Quais as despesas mais difíceis de suportar?

«A necessidade de equipamento para as aulas a partir de casa é a explicação lógica para o acréscimo de dificuldade em honrar as despesas de educação, em 2020, em todas as regiões, à exceção de Lisboa e Vale do Tejo», observa a Deco no estudo em questão.

No entanto, «enumerando as parcelas a que mais dificilmente as famílias conseguem fazer face, os gastos com o automóvel (combustível, manutenção e seguros) ocupam o topo da lista», com 54% das pessoas a admitir dificuldades neste campo. Seguem-se as despesas com dentista (51%), férias grandes, viagens e estadias (46%), manutenção da casa (44%) e óculos e aparelhos auditivos (42%).

Quais as regiões mais afetadas?

O Barómetro mostra ainda que na análise por distritos, Vila Real, Faro, Aveiro e Açores, são os quatro mais afetados. O primeiro conta com 82% das famílias em dificuldades, segue-se o segundo com 81%, o terceiro com 79% e o quarto com 75%.

Por sua vez na análise por regiões é no Algarve que se regista a maior percentagem de pessoas com dificuldades financeiras (73%). Segue-se depois os Açores com 68%, o Centro, com 65%, o Alentejo com 64%, o Norte com 62%, Lisboa e Vale do Tejo com 61% e a Madeira com 59% (Executive Digest, texto da jornalista Simone Silva)

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