Os confrontos
começaram no domingo passado, no estado venezuelano de Apure, e já obrigaram
"mais de 3100 pessoas" a procurar refúgio na região colombiana de
Arauca, na fronteira com a Venezuela, alertou, na quarta-feira, o Ministério de
Relações Exteriores da Colômbia
Mais de três mil
pessoas fugiram do estado venezuelano de Apure (sudoeste) devido aos confrontos
entre as forças armadas da Venezuela e dissidentes das antigas Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (FARC), disseram as autoridades colombianas.
Os confrontos
começaram no domingo passado, no estado venezuelano de Apure, e já obrigaram
"mais de 3100 pessoas" a procurar refúgio na região colombiana de
Arauca, na fronteira com a Venezuela, alertou, na quarta-feira, o Ministério de
Relações Exteriores da Colômbia.
De acordo com a organização não-governamental (ONG) venezuelana FundaRedes, as pessoas em fuga são pequenos produtores agropecuários, mulheres, crianças e idosos de El Ripial, La Capilla, El Ocho, Guafitas, La Victoria e Urdaneta, atualmente refugiados na cidade colombiana de Arauquita, na fronteira com o estado de Apure.
"Estamos
extremamente preocupados com a persistência dos confrontos (...) e, além dos
relatos não oficiais de feridos e do silêncio ou da ausência de um real balanço
do ocorrido, a verdade é que a população civil foi gravemente afetada",
disse o coordenador de FundaRedes aos jornalistas.
Juan Garcia
explicou que "o deslocamento da população civil é grave" e as forças
armadas venezuelanas fizeram "um ataque com grande força de maneira
indiscriminada", sem pensar nos habitantes da zona, que durante anos
estiveram sujeitos aos "mesmos grupos guerrilheiros que hoje são
atacados".
Por outro lado, o
responsável da ONG disse ter ficado "confirmada, uma vez mais, a veracidade
das constantes denúncias" que a FundaRedes tem feito "sobre a
ocupação, por grupos armados irregulares, de grandes extensões de terra em
Apure e no resto do país".
Segundo a
FundaRedes, além do estado venezuelano de Apure, há também presença de grupos
irregulares nos estados de Amazonas, Bolívar, Táchira e Zúlia.
"Apelamos à
comunidade internacional para responder às vozes que se elevam a partir de
Apure e que pedem a proteção da vida de jovens e crianças hoje sujeitos a este
terror e arbitrariedade dos confrontos entre o exército venezuelano e os
dissidentes das FARC, que têm tantos anos na Venezuela, com autorização do
Governo (venezuelano)", salientou Juan Garcia, num comunicado difundido
'online'.
Pelo menos dois
militares venezuelanos morreram domingo em confrontos com grupos rebeldes
armados colombianos, no estado de Apure, indicou o Exército da Venezuela, em
comunicado, no qual deu ainda conta da detenção de 32 rebeldes.
Segundo as Forças
Armadas Bolivarianas da Venezuela (FANB) foram registados confrontos com
"grupos armados irregulares colombianos", tendo sido
"neutralizado" um dos líderes, conhecido como "El Nando".
Seis acampamentos
foram destruídos e os militares venezuelanos apreenderam uma quantidade
indeterminada de armas, munições, explosivos, veículos automóveis e droga.
As FANB
acrescentaram que várias unidades militares, com o apoio de forças da segurança
do Estado, continuam a realizar operações de busca e perseguição na área em
"estrito cumprimento" da ordem presidencial de "tolerância zero
contra este tipo de grupos criminosos".
Também no domingo,
num discurso ao país de mais de duas horas, o Presidente venezuelano, Nicolas
Maduro, falou sobre a operação em curso.
"Começámos a
operação 'Escudo Bolivariano' para proteger as fronteiras. As nossas forças
armadas estão no terreno e estão a combater e a apresentar resultados nessa
luta pelo controlo territorial", afirmou Maduro.
Um general
venezuelano no exílio, contactado pela agência noticiosa France-Presse (AFP),
indicou que o ataque da aviação visou um campo de treino de dissidentes do
antigo grupo rebelde das FARC. A Venezuela e a Colômbia partilham 2.200
quilómetros de fronteira comum (Expresso)
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