domingo, novembro 02, 2025

Sondagem: Chega alcança PS e fica em empate técnico com AD nas intenções de voto


O Chega registou uma subida expressiva nas intenções de voto e encontra-se agora em situação de empate técnico com o PS e a AD, segundo o mais recente barómetro da Intercampus para o Correio da Manhã, CMTV e Jornal de Negócios. O estudo, realizado entre 20 e 26 de outubro de 2025, revela que o partido de André Ventura subiu mais de dois pontos percentuais, atingindo 22,9%, enquanto a AD (PSD/CDS) desceu para 26,3% e o PS recuou ligeiramente para 23,9%. Os resultados colocam os três maiores partidos num equilíbrio quase total, dentro da margem de erro de 4%. O avanço do Chega, que recupera o desempenho obtido nas legislativas de maio (22,76%), reduz para 3,4 pontos percentuais a distância face à coligação liderada por Luís Montenegro, que se mantém na dianteira. O PS, sob liderança de José Luís Carneiro há quatro meses, mantém-se praticamente estável, mas com a aproximação do Chega, o segundo lugar torna-se agora uma disputa renhida.

A sondagem surge num contexto político agitado, logo após as eleições autárquicas em que o PSD conquistou a maioria dos municípios, relegando o PS para o segundo lugar e deixando o Chega aquém das metas traçadas — o partido ambicionava vencer 30 câmaras, mas alcançou apenas três. Apesar disso, o barómetro de outubro indica que o impacto eleitoral local não se refletiu a nível nacional, com Ventura a reforçar a sua posição como principal rival dos socialistas.

À direita, a Iniciativa Liberal, agora liderada por Mariana Leitão, desce um ponto percentual para 6,5%, mantendo ainda assim a quarta posição. O Livre, de Rui Tavares, recua ligeiramente para 5,1%, continuando a distanciar-se da IL. O PAN também perde terreno, ficando com 2,8% das intenções de voto.

À esquerda, a CDU (PCP/PEV) destaca-se como o único partido em recuperação, ao subir de 1,6% para 3,8%, ultrapassando o Bloco de Esquerda. O partido liderado por Paulo Raimundo tenta recuperar influência após ter registado o pior resultado autárquico da sua história, com apenas 12 câmaras e a perda das capitais de distrito Évora e Setúbal. Ainda assim, a candidatura de João Ferreira em Lisboa — fora das coligações com PS, Livre e Bloco — garantiu visibilidade mediática ao partido.

Em sentido inverso, o Bloco de Esquerda vive um momento de declínio. Após a viagem da coordenadora Mariana Mortágua numa flotilha humanitária rumo a Gaza, o partido cai para 1,3%, metade do valor obtido em agosto (2,6%). Mortágua anunciou recentemente que não se recandidataria à liderança, deixando em aberto a sucessão e o futuro da força política.

A sondagem da Intercampus foi realizada já depois da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2026 no Parlamento, mas antes do final do debate na generalidade. Na votação, o PS optou pela abstenção, permitindo a viabilização do documento apresentado pelo Governo de Luís Montenegro, enquanto o Chega votou contra, com críticas duras ao Executivo (Executive Digest)

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