A transformação provocada pela pandemia da Covid-19 continua a moldar o quotidiano global, alimentando perguntas sobre eventuais novas ameaças sanitárias. Anos após confinamentos, distanciamento social e medo de infeção, especialistas, investigadores e cidadãos procuram perceber se existe uma nova Covid-19 no horizonte. De acordo com a publicação ‘Al Arabiya’, a desinformação tornou-se um dos principais desafios no período pós-pandémico, com conteúdos falsos a circularem rapidamente nas redes sociais e em mensagens reenviadas, dificultando o trabalho de autoridades de saúde e da Organização Mundial da Saúde. A porta-voz da OMS, Carla Drysdale, explicou que as falsidades online viajam “mais longe e mais rápido” do que a informação rigorosa, lembrando que conteúdos enganosos têm 70% mais probabilidade de serem partilhados do que notícias verdadeiras.
A organização tem trabalhado com empresas tecnológicas para reforçar políticas de contenção da desinformação. A parceria com o YouTube levou ao aperfeiçoamento das regras sobre conteúdos relacionados com a Covid-19, o que resultou na remoção de 850 mil vídeos entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2021. A OMS mantém ainda colaborações com Google, Facebook e NewsGuard, que permitem identificar tendências emergentes de informação falsa e ativar mecanismos de denúncia acelerada.
Acordo global pretende reforçar preparação para futuras pandemias
Embora prever a próxima pandemia seja complexo, especialistas sublinharam que a preparação continua essencial. A OMS expressou confiança no novo Acordo Mundial sobre Pandemias, que visa proteger o mundo de futuras crises sanitárias. O tratado estabelece princípios e mecanismos de coordenação internacional, prevendo acesso equitativo e rápido a vacinas, terapêuticas e diagnósticos em cenários de emergência. A organização apoia também os países no reforço das suas capacidades através do Quadro de Preparação e Resposta a Emergências de Saúde, que inclui vigilância genómica. O monitorização diária de ameaças é feita, entre outros meios, pela plataforma Epidemic Intelligence from Open Sources.
Novos surtos reforçam necessidade de cooperação internacional
Enquanto ressurgem notícias sobre vírus já conhecidos, como o metapneumovírus humano, o H1N1 e a gripe das aves, as agências de saúde pública insistem na importância da cooperação global para conter futuras ameaças. A resposta coordenada, a partilha de dados e sistemas robustos de vigilância mantêm-se como pilares para evitar que um novo surto evolua para uma crise global (Executive Digest)

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