O Presidente norte-americano, Donald Trump, abriu a porta a negociações com o homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, no contexto de crescentes tensões e recentes bombardeamentos de Washington de embarcações nas Caraíbas e no Pacífico. Essas operações militares dos Estados Unidos, justificadas com a necessidade de combater o tráfico de droga, também fizeram aumentar o receio de uma eventual intervenção ou ataque norte-americano em território venezuelano.
As declarações de Trump surgiram depois de Maduro ter discursado perante centenas de apoiantes, falando de uma "conjuntura decisiva" para a Venezuela. "É proibido falhar nesta conjuntura decisiva para a existência da República. Não há desculpas para ninguém, seja civil, político, militar ou polícia", afirmou. "Que ninguém arranje desculpas. A pátria exige o nosso maior esforço e sacrifício. Se a pátria o exigir, a pátria terá as nossas vidas, se necessário", declarou o Presidente venezuelano, num comício realizado na capital "em defesa da soberania".
"Se [Simón] Bolívar conseguiu formar sete unidades do Exército para libertar toda a América do Sul e garantir a consolidação da independência na América Central e fora dela, nós devemos ser capazes de defender cada centímetro desta terra abençoada de qualquer ameaça ou agressão imperialista, venha de onde vier e quando vier", sustentou. Por sua vez, o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabelo, acusou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, de ser "um palhaço com delírios" e ameaçou "aniquilar" quem decidir atacar o país caribenho. "Vai falhar redondamente, tal como aconteceu com muitos palhaços que tiveram a ousadia de interferir na Venezuela", afirmou, segundo a estação televisiva venezuelana Globovisión.
"Lembrem-se das mentiras sobre o Iraque, a Síria, a Líbia, o Afeganistão. Em todos estes lugares, os Estados Unidos intervieram com mentiras; tentaram encenar o mesmo guião no nosso país, mas o mundo não acredita neles", comentou, antes de reiterar que "o verdadeiro objetivo da narrativa norte-americana é roubar os recursos naturais da Venezuela sob o pretexto de mudança do regime e acusações sobre a existência de uma ditadura" (Lusa)

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