Desde 1976, o mapa autárquico português reflete as transformações políticas e sociais do país. O PSD e o PS alternaram ao longo de quase cinco décadas na liderança do poder local, com ciclos de domínio marcados pela conjuntura nacional. Em 1979, o PSD atingiu o seu pico histórico com 174 câmaras, mas o PS viria a ultrapassá-lo em 2009, alcançando 160 autarquias — o melhor resultado de sempre para qualquer partido. A CDU, força tradicionalmente enraizada no Alentejo e na Margem Sul, teve o seu auge em 1982, com 55 câmaras, mas desde então tem vindo a perder influência, ficando em 2025 com apenas 12. Foram consideradas as anteriores coligações lideradas pelo PCP (APU e FEPU). O CDS, que chegou a liderar 36 autarquias em 1976, sofreu uma erosão constante, e em 2005 e 2009 tinha apenas uma. Nas últimas quatro eleições recuperou ligeiramente e em 2025 venceu 6 autarquias, tantas como em 2021 e 2017. Nos últimos 20 anos, assistiu-se à ascensão das candidaturas independentes, que passaram de uma presença residual no início dos anos 2000 para 20 autarquias em 2025 — um sinal de personalização crescente da política local e de menor fidelização partidária. O PSD, com 136 câmaras, volta em 2025 a superar o PS (127), revertendo a tendência de domínio socialista iniciada em 2013 (Mais Liberdade, Mais Factos)
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