terça-feira, novembro 11, 2025

Banca lucra 4 mil milhões nos primeiros nove meses

Seis maiores bancos registaram lucros de 3.989 milhões de euros até setembro. A CGD surpreendeu com resultados de 1,4 mil milhões, o que a deixa bem colocada para distribuir mil milhões em dividendos. Os lucros da Caixa Geral de Depósitos de 1,4 mil milhões de euros catapultaram os lucros dos maiores bancos (incluindo o BCP, o Novobanco, o Santander Totta, o BPI e Banco Montepio) para 3.989 milhões de euros até setembro.

Já a rentabilidade dos capitais próprios da Caixa, que ascende a 24,9%, projetou a rentabilidade média dos seis maiores bancos para 19,4%. A atividade doméstica da CGD foi responsável por 1,29 mil milhões de euros do resultado líquido consolidado, enquanto a atividade internacional contribuiu com 106 milhões de euros.

A marcar a temporada dos lucros esteve a subida do crédito, à boleia do crédito à habitação jovem com garantia pública. Isto porque a margem financeira esteve em queda em quase todos os bancos. A Caixa Geral de Depósitos foi a última a apresentar as suas contas do terceiro trimestre e confirmou a tendência. A margem financeira da CGD caiu 9,7% para 1.915,7 milhões de euros. O BPI por sua vez, também sofreu uma queda da receita de juros, de -11% para 658,5 milhões, o que ajudou à queda dos lucros de 12% para 389,3 milhões. Também o Santander Totta viu a margem financeira tombar 17,30% para 1.029,5 milhões.

O Banco Montepio não escapou e registou uma queda da margem de -15,80% atingindo os 249,3 milhões. O que ajuda a explicar a queda de 10,1% dos lucros para 86,4 milhões nos nove meses. Ainda assim, o BCP (+2,60%) e o Novobanco (6,50%) foram exceções, já que viram a receita da margem subir face ao período homólogo do ano anterior.

A tendência de estabilização da margem está para durar. Paulo Macedo, CEO da CGD, que apresentou esta quinta-feira os resultados e o Plano Estratégico para 2025-2028 reconheceu que a rentabilidade da banca por, conta da redução dos juros vai abrandar. “Obviamente que os próximos anos, em termos de rentabilidade, não serão iguais, quer em termos de taxas de juros, quer em termos de valores globais. Sabemos que os próximos anos não serão semelhantes aos anteriores, portanto manter ROE acima de 15% é bastante ambicioso”, disse o CEO da CGD.

O que salvou a rentabilidade do terceiro trimestre, foi o aumento do volume de negócio, mais precisamente a subida do crédito. Já que a subida das comissões não compensou a descida da margem. O crédito e os depósitos sobem em média mais de 6%. No crédito, os empréstimos à habitação para jovens com direito à garantia publica deram um impulso ao negócio da banca. A CGD viu o crédito consolidado subir quase 8% para 58.189 milhões e os depósitos cresceram 4,9% para 89.195 milhões, num ano.

O banco do Estado reportou que a carteira de crédito a clientes, em Portugal, aumentou nos nove meses 3,3 mil milhões com um crescimento quer nas empresas e institucionais (+1,2 mil milhões), quer nos particulares (superior a 2 mil milhões), com cerca de 1,9 mil milhões no Crédito Habitação e mais de 100 milhões no crédito ao consumo.

O custo do risco de crédito está a melhorar na banca. Por isso parte dos resultados deve-se à constituição de menos imparidades e nalguns casos libertações de provisões (custo do risco negativo) como é o caso da CGD que reportou -0,33%. O rácio de morosidade do crédito é baixo na generalidade da banca, com a CGD a reportar um rácio de NPL de 1,55% (Jornal Economico, texto da jornalista Maria Teixeira Alves)

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