Por cada 100€
disponíveis, as famílias portuguesas pouparam 13€, em 2024. Trata-se de um
valor inferior ao que se verifica em média na UE (14€), embora o diferencial se
tenha reduzido bastante nos últimos anos. Na viragem do século, as famílias
portuguesas apresentavam uma capacidade de poupança próxima da média
comunitária. Em 1999, as famílias portuguesas poupavam 14€ por cada 100€
disponíveis, enquanto a média da UE se fixava nos 13€. A capacidade média de
poupança das famílias europeias em 2024, mais de duas décadas depois, era
ligeiramente superior. A taxa manteve-se estável no espaço comunitário,
excetuando os anos do impacto da crise financeira de 2008-09 e da pandemia. As
recessões económicas são, normalmente, períodos em que a taxa de poupança sobe,
uma vez que as famílias têm um maior receio de perda dos seus empregos e de
diminuição dos seus rendimentos, optando por poupar mais.
Em Portugal, a
evolução foi bem diferente. A partir de 2004, a taxa de poupança começou a cair
drasticamente e criou-se um diferencial para a média da UE que nunca mais se
recuperou totalmente. Neste período, a capacidade de poupança das famílias
variou maioritariamente entre os 7€ e os 8€, por cada 100€ de rendimento
disponível. Também em Portugal, se verificaram aumentos temporários devido à
crise financeira de 2008-09 e devido à pandemia. Verifica-se também um “pico”
na sequência da crise das dívidas soberanas, que levou à intervenção da Troika
em Portugal.
Atualmente, a capacidade de poupança das famílias no nosso país é de 13€ por cada 100€ disponíveis, menos 8% do que se verificava em 1999, mas um dos valores mais elevados que se registou ao longo dos últimos 25 anos, e mais próximo da média da UE. É importante referir que os valores apresentados, que têm como fonte o Eurostat, diferem dos que são habitualmente apresentados pelo INE, devido a diferenças metodológicas. Por exemplo, o INE refere que em 2024 a taxa de poupança se fixou em 12,5% (Mais Liberdade, Mais Factos)

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