Segundo
o Público, num texto da jornalista Ana Rute Silva, as "PME
são responsáveis por 61% dos postos de trabalho, mas são as jovens empresas que
geram maior fatia dos empregos. Entre 2007 e 2011, apenas 20% de um total de
294 mil empresas em actividade conseguiram criar emprego. Um estudo da Informa
D&B, divulgado nesta quarta-feira, revela que as organizações que mantêm o
mesmo número de trabalhadores, ano após ano, são responsáveis pela maioria dos postos
de trabalho em Portugal. Os dados, apresentados numa conferência sobre
crescimento empresarial, mostram ainda uma diminuição do número médio de
empregado por empresa (-3%). Ao mesmo tempo, o custo médio por trabalhador
manteve-se em 2011, face a 2007. Até 2008, o número de novos postos de trabalho
superava os empregos que deixavam de existir. A partir desse ano, que marcou o
início da crise financeira e económica, o cenário inverteu-se: o ritmo de
destruição de emprego foi superior ao da criação. O sector dos serviços é o que
mais trabalho consegue gerar (29% do total), seguido das indústrias
transformadoras e da construção. Em termos globais, as pequenas e médias
empresas representam 98% do tecido empresarial do país e são responsáveis por
61% do emprego. Mas são as jovens empresas que geram 46% do novo emprego. As
organizações com menos de cinco anos representam 34% do emprego gerado no
período em análise. As empresas jovens são mais pequenas e, por isso, crescem
mais depressa e a maior ritmo. Contudo, “é a idade da empresa que mais
contribui para a criação de emprego”, disse Teresa Cardoso de Menezes,
directora-geral da Informa D&B, durante a apresentação. Olhando para as
novas empresas, o estudo refere que em cada ano do período analisado nasceram
30 mil negócios. A larga maioria destas start-ups são detidas por um
único accionista (93%). E por ano, surgem 46 mil empreendedores, “não
necessariamente novos”. Nas empresas com um único sócio, 60% são geridas por
alguém sem qualquer experiência anterior. Pelo contrário, nas organizações onde
a participação accionista é repartida, 72% dos gerentes já têm experiência. No
primeiro trimestre, o número de empresas criadas no sector da agricultura
aumentou 6%, valor que compara com um crescimento de apenas 1,9% verificado em
2006. As jovens empresas registam um volume de negócios de 85 mil euros no ano
em que arrancam actividade, mas no final do segundo ano de vida, triplica. “A
partir do quinto ano, a taxa de sobrevivência tende a manter-se. Estes cinco
primeiros anos são importantes no potencial de sobrevivência destas empresas”,
disse Teresa Menezes. Em jeito de conclusão, a responsável da Informa D&B,
desmistifica a ideia de que há uma redução drástica de postos de trabalho. “Foi
o número de empresas que diminuiu. O número de trabalhadores mantém-se
estável”, afirmou. Os estudos feitos pela empresa e também por investigadores
como Pedro Neves, professor da NovaSBE, a Faculdade de Economia da Universidade
Nova de Lisboa, revelam ainda que nas empresas de elevado crescimento – as que
crescem 20% ou mais por ano no volume de negócio e no número de trabalhadores,
e com um mínimo de meio milhão de facturação – o emprego criado entre 2006 e
2009 aumentou 166%. No restante tecido empresarial, foi de apenas 5,3%. Estas
empresas representam menos 1% do tecido empresarial português, mas a cada ano,
criam 10% do emprego"