segunda-feira, maio 27, 2013

Investigadora diz que debates no Parlamento estão mais agressivos

Li no site da Renascença que "um estudo refere que "alguns deputados chegam a cultivar essa agressividade com insultos 'ad hominem', acusando o adversário de “mentiroso”, por exemplo.Os debates na Assembleia da República estão mais "agressivos", com intervenções mais "musculadas", às quais o "contexto" de crise não será alheio, concluiu a investigadora da Universidade do Minho (UMinho), Aldina Marques, após análise do discurso parlamentar."Os debates da Assembleia da República são alvo de uma espiral de agressividade verbal, quer no tipo, quer na frequência, o que é transversal a todas as bancadas", afirma o comunicado da instituição universitária minhota.O "tom agressivo", salienta o documento, "é particularmente visível nos apartes, em que há mais liberdade de linguagem e não são considerados interrupções". "De forma sistemática, surgem aí a ironia, o sarcasmo, as provocações, para além dos típicos coros de suporte ao orador - 'muito bem', 'apoiado' - de colegas de bancada".Segundo o estudo, "alguns deputados chegam a cultivar essa agressividade com insultos 'ad hominem', acusando o adversário de “mentiroso”, por exemplo. E "Assunção Esteves, tal como os seus antecessores na presidência da Assembleia da República, permite bastante tolerância aos deputados para construírem o discurso", que não costuma transgredir os códigos parlamentares.Aldina Marques, que analisa os discursos dos parlamentares "há duas décadas", considera que "alguns líderes da oposição têm adoptado esta prática mais musculada, de confrontar o adversário, a que não será alheia a tensão política criada pelo contexto de crise". A docente do Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos e no Centro de Estudos Humanísticos na Universidade do Minho destaca que "é também por aqui que se constrói a anti-imagem dos políticos. A descredibilização da classe política tem origem, também, mas não só, nos discursos que eles próprios constroem". Aldina Marques considera também que o actual primeiro-ministro e o Governo construíram uma "imagem claramente antagónica" à dos seus antecessores, sobressaindo uma "imagem de contenção emocional" no Parlamento".