terça-feira, maio 28, 2013

Do que é que estão à espera? Tenham mas é vergonha na cara

São conhecidas as trafulhices associadas à empresa Strawberry, hoje a braços com uma sucessão de processos judiciais em curso. Estamos a falar de burla, de uma roubalheira descarada, de dívidas milionárias, de apropriação indevida de dinheiro de terceiros, muito dele pago por turistas à Strawberry e reportado ao pagamento de transferes (muitos deles feitas por taxistas que ficaram a chupar no dedo) e estadias em hotéis, na Madeira e no estrangeiro, mas que acabaram por ser pagas duas vezes pelos clientes. Uma vergonha.
O que é caricato - mas na Madeira por vezes nada me espanta - é que o proprietário desta empresa falida e fechada, não perdeu tempo rapidamente aparece envolvido na abertura do Café Ritz, em plena baixa citadina, como se nada se tivesse passado. Para além de um evidente proteccionismo, a verdade é que directa ou indirectamente este indivíduo obteve as licenças para abrir o negócio em causa, aliás todos os dias por lá andam.
É-me indiferente saber se o mesmo está ou não em seu nome, como alegadamente se questiona, mas nesse caso seria recomendável que as autoridades tomassem a iniciativa de esclarecer o assunto, se necessário for envolvendo o ministério público e as autoridades policiais competentes numa investigação da situação porque a culpa não pode morrer solteira. Não podemos tolerar que empresários, sejam eles quem for, roubem ali, fiquem a dever milhões e abram um negócio acolá, como se nada se tivesse passado, como se qualquer crápula não tivesse nada a ver com o que se passou e não devesse ser penalizado por isso, concretamente na recusa da atribuição do licenciamento para um negócio de trampa.
E quanto à Strawberry não me venham com amuos idiotas como aconteceu, situação que não me incomoda rigorosamente nada. Concretamente, o que se passa é que os cidadãos têm obviamente o direito de se interrogarem sobre tudo o que se passa, por muito incómodo que seja. As pessoas têm todo o direito de se interrogarem como é que estas coisas podem acontecer e se ninguém esclarece, como deviam, é natural que apareçam suspeições, especulações ou distorções, pelo menos até que a verdade seja conhecida. Quanto a esses amuos idiotas, que revelam bem o carácter de quem assim se comporta, pergunto se lhes tivessem metido a mão no bolso, se numa dessas infindáveis viagens ao estrangeiro, se constatasse que o erário público era obrigado a pagar duas vezes pela mesma despesa, por causa da aldrabice de um estrangeiro da treta que provocatoriamente se pavoneia pela cidade, graças, só pode ser assim, a cumplicidades diversas, o que é que fariam? Amuavam com a tesouraria regional?! Se essas pessoas, que amuam rapidamente, provavelmente não o fariam caso fossem elas as ludibriadas por esquemas mafiosos e aldrabices que renderam milhões, cujo paradeiro é desconhecido, sempre gostaria de ver qual a reacção que elas teriam. 
No caso da Strawberry, e conhecidas as patifarias, é estranho – ou talvez não… - que este letreiro ainda por lá continue, nas costas do edifício onde funcionou a empresa – na rotunda frente ao Monumental Lido - contrastando com imagem propiciada pela porta principal, tapada com jornais, mas coberta de inúmeras notificações dos tribunais a reclamar dívidas de milhares de euros num espectáculo deprimente. Não houve ninguém que se preocupasse com isto e obrigasse esta empresa aldrabona a retirar aquele letreiro que é o símbolo de uma roubalheira descarada e que pelos vistos continua impune pois ninguém ousa chamar um dos muitos chico-espertos estrangeiros que arribaram a esta terra e que por aí andam?
Do que é que estão à espera para obrigarem a retirada imediata deste letreiro? Que as pessoas, lesadas ou não, voltem a especular sobre pretensas justificações para o injustificável? TENHAM VERGONHA.