Li
no Público, num texto do jornalista Sérgio Aníbal que "mais
29 mil desempregados em três meses e menos 69 mil pessoas na população activa. O
número de desempregados em Portugal continuou a subir a um ritmo elevado
durante os primeiros três meses do ano. De acordo com os dados publicados nesta
quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego
passou de 16,9% no final de 2012 para 17,7% no primeiro trimestre deste ano, um
novo máximo histórico em Portugal. A taxa de desemprego é agora 2,8 pontos
percentuais mais alta do que em igual período do ano anterior. Feitas as contas
e usando o critério oficial do INE, existem 952.200 desempregados em Portugal.
Este critério não considera, por exemplo, as pessoas que, apesar de não terem
emprego e de estarem interessadas em ter um, declararam ao INE não ter
procurado emprego durante os últimos 30 dias. Se fossem consideradas essas
pessoas, o número de desempregados já ultrapassaria o milhão de pessoas. Segundo
o INE, registaram-se no primeiro trimestre de 2013 mais 29 mil desempregados do
que no final do ano passado. Em simultâneo, verificou-se uma diminuição 69.600
pessoas da população activa. Isto significa que, para além das pessoas que
estão a cair no desemprego, há também um acréscimo daquelas que já desistiram
de procurar emprego, sendo retiradas da população considerada activa. O número
de empregados diminuiu quase 100 mil pessoas. Os números agora publicados pelo
INE confirmam a continuação da tendência de subida do desemprego durante este
ano, que o próprio Governo reconhece. No Documento de Estratégia Orçamental,
está prevista uma taxa de desemprego média no total de 2013 de 18,2%, que
subirá ainda para 18,5% em 2014.
Desemprego
de longa duração passa os 10%
Nos
números hoje publicados, é notório que a subida do desemprego está a ser feita
pela manutenção nesta situação por muito tempo de um número elevado de pessoas.
A taxa de desemprego de longa duração registou, em três meses, uma subida de
0,9 pontos percentuais, atingindo já 10,4% da população activa. Foi a primeira
vez que a barreira dos 10% foi ultrapassada neste indicador. Isto significa que
já existem, neste momento em Portugal, 560 mil pessoas que estão desempregadas
há mais de um ano (mais 40 mil do que há três meses). Este número pode ser
especialmente preocupante tendo em conta que contribuiu para um acréscimo da
população desempregada que não tem acesso ao subsídio de desemprego. A
tendência de subida do desemprego entre os jovens também se manteve no primeiro
trimestre de 2013, passando de 40% para 42,1%. Há um ano, este valor estava
nos36,2%. Portugal parece assim estar a caminhar para a barreira dos 50% neste
indicador, que já foi atingida pela Espanha e a Grécia. Neste momento, o INE
contabiliza a existência de 165.900 jovens entre os 15 e os 24 anos que,
estando na população activa (não estudam e procuram emprego), estão
desempregados. Empregados com a mesma idade há 228.500 jovens.
Algarve
supera os 20%
O
Algarve continua a ser a região do país mais afectada pela crise no mercado de
trabalho. No primeiro trimestre do ano, a taxa de desemprego foi de 20,5%, face
aos 19,7% do final de 2012. O Algarve volta assim a superar a barreira dos 20%,
que já tinha atingido no início do ano passado. Também com uma taxa de
desemprego de 20% está agora a Madeira. Foi aqui que o desemprego mais cresceu
nos últimos 12 meses (era de 16,1% no primeiro trimestre de 2012), um resultado
que se pode explicar pelas restrições financeiras a que o Governo Regional da
Madeira tem estado sujeito. Lisboa, com uma taxa de desemprego de 19,5%, é a
terceira região do país com um desemprego mais elevado e bem acima da média
nacional de 17,7%. Abaixo da média, estão apenas os Açores, com 17% e a região
Centro, com 13,3%".