segunda-feira, novembro 02, 2020

Nota: Os feirantes ameaçam?

Faz-me uma enorme confusão esta perseguição constante aos feirantes, impondo-lhes a obrigatoriedade de encerramento dos  espaços utilizados e impedindo-os de exercer a sua actividade, sempre que são adoptadas medias restritivas da mobilidade dos cidadãos. Sou pouco tolerante, para não dizer nada tolerante, para com todos os abusos e a libertinagem selvagem que em tempos de pandemia e de restrições sanitárias - que existem e que são tomadas a pensar na defesa de todos nós e no interessa de uma sociedade que tem que combater esta pandemia com determinação - são uma ameaça para os demais cidadãos.

Mas não entendo como é que os feirantes - por que não controlam os espaços deles em termos de limpeza e aplicação de rigorosas medidas sanitárias e defesa colectiva? por que não controlam os acessos, limitando a presença de pessoas, evitando assim grandes acumulações excessivas como na F1 ou naquela cena patética das ondas na Nazaré? por que não reduzem horários de funcionamento, caso queiram, e colocam a fiscalização municipal ou mesmo policial no local? por que não reduzem o número de espaços de venda a funcionar impondo, caso seja necessário, uma rotatividade entre os feirantes? - são uma ameaça. Por serem ciganos, muitos deles? Por serem pessoas simples e de fracos recursos? Por obedecerem, por natureza, às instruções que lhes são impostas?

E as tascas abertas pela noite fora provocando o ajuntamento de centenas ou mais de pessoas nos copos, ou as discotecas com lotação hiper-cheia e sem cumprimento de regras sanitárias (e que parecem estar a pedir novo encerramento unilateral, mesmo que elas consigam fugir à fiscalização policial, sanitária e económica), ou os centros comerciais que são espaços fechados (ao contrário das feiras) não são uma ameaça para a saude pública, em termos pandémicos, mas os feirantes são? Não entendo e estou solidário, 100% com eles, com os seus protestos, repito, desde que cumpram as regras impostas pelas autoridades de saúde e autárquicas e tenham a consciência das suas obrigações perante o momento que vivemos. Ao poder só se pede que sejam coerentes e respeitem essa gente. E não apliquem medidas diferentes para situações iguais, tratando uns e outros de forma diferenciada. Assim não (notícia aqui) (LFM)

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