"Estranhamente, o salazarento (pela sua forma de
estar e pela praxis governativa totalmente totalitária e asquerosa) Gaspar
incomodou-se tanto, anteontem na comissão de finanças da Assembleia da
República, quando a deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago, numa intervenção,
cometeu o erro de afirmar que a patética figura tinha sido eleita para defender
as pessoas e o país: "Não fui eleito coisa nenhuma", disse o
desprezível. De facto, bem vistas as coisas, qual seria o partido que estaria
disposto a incluir um ente destes nas suas listas eleitorais? Para afugentar
eleitores e perder eleições? Só por puro masoquismo político que, neste PSD
nacional, confesso, até nem me admirava que pudesse ocorrer. O partido não
existe, está refém de quem o tomou de assalto, deixou de ter vontade própria,
deixou de ter voz e ideologia, programa, referências, passou a ser uma
realidade neutralizada e controlada.
Quanto
muito seria de esperar que o homem fosse candidatar-se bem para longe, por
exemplo lá para a Alemanha e pelo partido do ministro das finanças boche, seu
amigalhaço de peito, quem sabe se de mão dada com a repugnante Merkel. Numa
coisa Gaspar tem razão: para dar cabo disto não precisam de ser eleitos.
Salazar de facto chegou onde chegou, sem precisar de ser eleito e, quando o
foi, foi-o sempre à custa de manipulação, embustes e aldrabices. Claro que os
tempos eram outros e o povo nem o dedo grande do pé se atrevia a deitar fora de
porta quando as coisas aqueciam. Hoje só não se manifesta se não quiser.
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Frequentemente
ouvimos alguns dirigentes (incluindo mesmo alguns deputados) dos dois partidos da coligação de Lisboa desempenharem com
a maior lata e a suprema demagogia deste e do outro mundo, um papel ridículo,
diria mesmo insultuoso, quando resolver redobrar-se em elogios aos portugueses
a pretexto dos esforços realizados no quadro desta criminosa austeridade que
lhes tem sido imposta por decreto por parte de um poder com comportamentos
proto-fascizantes, chegando mesmo a insinuar que existe uma pretensa
cumplicidade entre os cidadãos e essas criminosas políticas postas em execução
por este um governo de coligação que se comporta cada vez mais de forma
bandalha, roubando descaradamente os cidadãos e empobrecendo o país. Estou-vos
a falar de uma conhecida dupla asquerosa, incompetente, complexada e invejosa
que nos desgoverna.
Eles
sabem que se se realizassem hoje eleições, os dois partidos dificilmente teriam
juntos mais de 22 a 25% dos eleitores, não por mérito próprio dos referidos
partidos no poder - porque isso é atributo que não têm seguramente - mas porque
não existe uma alternativa na oposição suficientemente forte, credível e
consistente. Se não fosse este o cenário, então o desastre eleitoral seria
catastrófico e provavelmente alguém ficaria depois disso obrigado porventura a
discutir a sobrevivência de algum desses partidos hoje no poder. Portanto,
deixem-se de asneiradas, deixem-se de palhaçadas ou de invenções tontas, mesmo
que esses comportamentos sejam reflexo da mediocridade promovida 8só mesmo
neste país miserável9 e representem a imagem do poder arruaceiro que em Lisboa
nos desgoverna. Não há cumplicidade nenhuma entre os portugueses e as políticas
de austeridade do eixo Terreiro do Paço-São Bento, exactamente porque elas são
impostas por decreto por um governo que anda cada vez mais escondido, rodeado de
seguranças, temeroso do agravamento da crise social e que revela grande
instabilidade emocional e crescente pouca convicção, perante a ameaça de um
eventual e perigoso aumento da contestação social, sobretudo quando as pessoas
começarem a ter a noção da amplitude e da gravidade dessas medidas de contenção
das despesas públicas, e da transferência dos cofres do estado para os
esvaziados orçamentos das famílias da austeridade negociada com a tróica em
Outubro do ano passado e mantida em segredo até hoje.
Em
vez de andarem abusivamente, porque não têm autoridade política e moral para o
fazerem, a falar em nome do povo, comportem-se com a dignidade que seria de
esperar a quem foi eleito para defender as pessoas e defendam sobretudo os
cidadãos, desde logo aqueles que votaram na actual coligação e que se sentem
traídos, por que acreditaram - influenciados pelo desespero causado pela
desgovernação corrupta incompetente e despesistas dos socialistas e de Sócrates
– na ilusões de promessas fáceis, num embuste descarado, na manipulação e na
vergonhosa mentira de Coelho e da corja que tomou de assalto o poder no PSD,
num processo cuja verdade um dia conheceremos na sua plenitude. Porque nada
aconteceu por acaso, nem nada do que se passou em 2011 aconteceu por acidente.
Em política não há espaço para acidentes de percurso nem para fenómenos
supostamente ilógicos e não explicados. Estamos a falar de um projecto de
assalto e tomada do poder, ponderada, pensado, preparado e que obedece a uma
agenda e a objectivos que se inserem numa cadeia de estranhos interesses e
cumplicidades ideológicas.
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Estatísticas
recentemente divulgadas nos Estados Unidos indicaram que as pretensas boas e
más profissões para este ano, ranking calculado tendo por base diversos
factores, como o salário, o nível de "stress", o tipo de contrato, o
ambiente de trabalho, o nível de risco e também o nível de esforço físico
exigido aos trabalhadores. Segundo um jornal, "dar a notícia primeiro,
entrega de textos no limite do fecho da edição, mil e um contactos para chegar
a uma história. É isto que é pedido a quem é actuário e a quem é jornalista de
imprensa. As diferenças das duas profissões parecem óbvias, mas quando
analisadas com base em factores como o nível de "stress", salário ou
ambiente de trabalho tornam-se na melhor e na pior profissão do mundo".
De acordo com os resultados divulgados, os actuários, analistas de risco nas
seguradoras, foram considerados os profissionais mais beneficiados em termos de
trabalho, com uma remuneração da ordem dos 68 mil euros anuais. Curiosamente o
jornalista de imprensa, com vencimentos de 30 mil euros anuais, foi considerado
a pior profissão dos Estados Unidos devido ao baixo salário e ao elevado nível
de "stress" e desta lista constavam ainda os lenhadores, os militares,
os atores, os agricultores, os carteiros e os carpinteiros. Retive contudo, a
explicação para esta posição tão deprimente atribuídas aos jornalistas:"
As fracas possibilidades de contratação associadas a um elevado nível de stress
no trabalho e a um salário mais baixo que a média, explicam a colocação no
último lugar da lista. Paul Gillin, antigo jornalista, especialista em media
e fundador do site NewspaperDeathWatch.com, diz que estamos a falar de trata de
uma profissão sob ameaça. “O modelo de jornal impresso não é sustentável. Irá
provavelmente desaparecer nos próximos dez anos”, argumenta. Fiquei
constrangido e preocupado, confesso" (LFM - JM)