domingo, maio 05, 2013

Opinião pessoal: "Três notas"




"Estranhamente, o salazarento (pela sua forma de estar e pela praxis governativa totalmente totalitária e asquerosa) Gaspar incomodou-se tanto, anteontem na comissão de finanças da Assembleia da República, quando a deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago, numa intervenção, cometeu o erro de afirmar que a patética figura tinha sido eleita para defender as pessoas e o país: "Não fui eleito coisa nenhuma", disse o desprezível. De facto, bem vistas as coisas, qual seria o partido que estaria disposto a incluir um ente destes nas suas listas eleitorais? Para afugentar eleitores e perder eleições? Só por puro masoquismo político que, neste PSD nacional, confesso, até nem me admirava que pudesse ocorrer. O partido não existe, está refém de quem o tomou de assalto, deixou de ter vontade própria, deixou de ter voz e ideologia, programa, referências, passou a ser uma realidade neutralizada e controlada.
Quanto muito seria de esperar que o homem fosse candidatar-se bem para longe, por exemplo lá para a Alemanha e pelo partido do ministro das finanças boche, seu amigalhaço de peito, quem sabe se de mão dada com a repugnante Merkel. Numa coisa Gaspar tem razão: para dar cabo disto não precisam de ser eleitos. Salazar de facto chegou onde chegou, sem precisar de ser eleito e, quando o foi, foi-o sempre à custa de manipulação, embustes e aldrabices. Claro que os tempos eram outros e o povo nem o dedo grande do pé se atrevia a deitar fora de porta quando as coisas aqueciam. Hoje só não se manifesta se não quiser.
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Frequentemente ouvimos alguns dirigentes (incluindo mesmo alguns deputados) dos dois partidos da coligação de Lisboa desempenharem com a maior lata e a suprema demagogia deste e do outro mundo, um papel ridículo, diria mesmo insultuoso, quando resolver redobrar-se em elogios aos portugueses a pretexto dos esforços realizados no quadro desta criminosa austeridade que lhes tem sido imposta por decreto por parte de um poder com comportamentos proto-fascizantes, chegando mesmo a insinuar que existe uma pretensa cumplicidade entre os cidadãos e essas criminosas políticas postas em execução por este um governo de coligação que se comporta cada vez mais de forma bandalha, roubando descaradamente os cidadãos e empobrecendo o país. Estou-vos a falar de uma conhecida dupla asquerosa, incompetente, complexada e invejosa que nos desgoverna.
Eles sabem que se se realizassem hoje eleições, os dois partidos dificilmente teriam juntos mais de 22 a 25% dos eleitores, não por mérito próprio dos referidos partidos no poder - porque isso é atributo que não têm seguramente - mas porque não existe uma alternativa na oposição suficientemente forte, credível e consistente. Se não fosse este o cenário, então o desastre eleitoral seria catastrófico e provavelmente alguém ficaria depois disso obrigado porventura a discutir a sobrevivência de algum desses partidos hoje no poder. Portanto, deixem-se de asneiradas, deixem-se de palhaçadas ou de invenções tontas, mesmo que esses comportamentos sejam reflexo da mediocridade promovida 8só mesmo neste país miserável9 e representem a imagem do poder arruaceiro que em Lisboa nos desgoverna. Não há cumplicidade nenhuma entre os portugueses e as políticas de austeridade do eixo Terreiro do Paço-São Bento, exactamente porque elas são impostas por decreto por um governo que anda cada vez mais escondido, rodeado de seguranças, temeroso do agravamento da crise social e que revela grande instabilidade emocional e crescente pouca convicção, perante a ameaça de um eventual e perigoso aumento da contestação social, sobretudo quando as pessoas começarem a ter a noção da amplitude e da gravidade dessas medidas de contenção das despesas públicas, e da transferência dos cofres do estado para os esvaziados orçamentos das famílias da austeridade negociada com a tróica em Outubro do ano passado e mantida em segredo até hoje.
Em vez de andarem abusivamente, porque não têm autoridade política e moral para o fazerem, a falar em nome do povo, comportem-se com a dignidade que seria de esperar a quem foi eleito para defender as pessoas e defendam sobretudo os cidadãos, desde logo aqueles que votaram na actual coligação e que se sentem traídos, por que acreditaram - influenciados pelo desespero causado pela desgovernação corrupta incompetente e despesistas dos socialistas e de Sócrates – na ilusões de promessas fáceis, num embuste descarado, na manipulação e na vergonhosa mentira de Coelho e da corja que tomou de assalto o poder no PSD, num processo cuja verdade um dia conheceremos na sua plenitude. Porque nada aconteceu por acaso, nem nada do que se passou em 2011 aconteceu por acidente. Em política não há espaço para acidentes de percurso nem para fenómenos supostamente ilógicos e não explicados. Estamos a falar de um projecto de assalto e tomada do poder, ponderada, pensado, preparado e que obedece a uma agenda e a objectivos que se inserem numa cadeia de estranhos interesses e cumplicidades ideológicas.
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Estatísticas recentemente divulgadas nos Estados Unidos indicaram que as pretensas boas e más profissões para este ano, ranking calculado tendo por base diversos factores, como o salário, o nível de "stress", o tipo de contrato, o ambiente de trabalho, o nível de risco e também o nível de esforço físico exigido aos trabalhadores. Segundo um jornal, "dar a notícia primeiro, entrega de textos no limite do fecho da edição, mil e um contactos para chegar a uma história. É isto que é pedido a quem é actuário e a quem é jornalista de imprensa. As diferenças das duas profissões parecem óbvias, mas quando analisadas com base em factores como o nível de "stress", salário ou ambiente de trabalho tornam-se na melhor e na pior profissão do mundo". De acordo com os resultados divulgados, os actuários, analistas de risco nas seguradoras, foram considerados os profissionais mais beneficiados em termos de trabalho, com uma remuneração da ordem dos 68 mil euros anuais. Curiosamente o jornalista de imprensa, com vencimentos de 30 mil euros anuais, foi considerado a pior profissão dos Estados Unidos devido ao baixo salário e ao elevado nível de "stress" e desta lista constavam ainda os lenhadores, os militares, os atores, os agricultores, os carteiros e os carpinteiros. Retive contudo, a explicação para esta posição tão deprimente atribuídas aos jornalistas:" As fracas possibilidades de contratação associadas a um elevado nível de stress no trabalho e a um salário mais baixo que a média, explicam a colocação no último lugar da lista. Paul Gillin, antigo jornalista, especialista em media e fundador do site NewspaperDeathWatch.com, diz que estamos a falar de trata de uma profissão sob ameaça. “O modelo de jornal impresso não é sustentável. Irá provavelmente desaparecer nos próximos dez anos”, argumenta. Fiquei constrangido e preocupado, confesso" (LFM - JM)