domingo, maio 05, 2013

Desvendado hoje? O mistério de Portas...



Garantiram-me hoje que Paulo Portas fará hoje uma declaração que não será nem carne nem peixe. Portas, seguindo as minhas fontes – que valem o que valem – reafirmará a oposição do CDS ao agravamento da penalização das reformas e pensões e vai sublinhar que as propostas anunciadas não são definitivas, incentivando deste modo a que as mesmas sejam alteradas. Embora não o possa afirmar claramente – porque Portas, segundo as minhas fontes, teme o CDS fora do governo na actual conjuntura, preferindo as piruetas constantes na esperança de uma melhoria da situação que acabe politica e eleitoralmente por beneficiar o seu partido – o líder do CDS deverá condicionar o envolvimento do CDS nesta coligação, e não fará qualquer jura de fidelidade total ao governo e ao acordo com o PSD. Há pressões internas para que Portas exija alterações novas propostas, no que aos reformados e pensionistas dizem respeito, e que essa questão, entre mais duas outras, terão sido a causa das divergências no conselho de ministros que as minhas fontes garantem ter sido graves. De facto, dizem os meus interlocutores muito ligados aos meandros da política lisboeta menos visível pela opinião pública, se fosse para dar um apoio inequívoco às mexidas anunciadas por Passos, o CDS já tinha enviado um porta-voz qualquer para o fazer no próximo dia em que elas foram anunciadas, 6º feira. Embora sem me identificarem as minhas fontes jornalísticas asseguram que há um ministro do CDS que defende uma posição radical devido ao facto do partido estar na posse de estudos de opinião, que não revela, que confirmam uma degradação eleitoral do CDS, proporcionalmente ainda amais acentuada do que a que penaliza, e muito, o PSD. Portas, dizem-me, teme que um descalabro eleitoral em Outubro, nas autárquicas, possa ser o rastilho opara uma revolta interna e que a sua demissão seja exigida por militantes que têm vindo a distanciar-se da coligação e das medidas propostas por Gaspar que é na realidade quem manda no governo. Aliás esta situação poderá explicar as declarações de Passos, ontem no jantar do PSD, recusando emitir-se mesmo que o seu partido perca, como tudo indica que vai acontecer, as eleições autárquicas de Outubro. Ninguém percebeu as razões dessa declaração, mas fontes conhecedoras da instabilidade na coligação sustentam que foi um convite a Portas para encarar da mesma forma a situação.
Os meus interlocutores insistem na tese, aliás já dei conta disso em várias ocasiões, que Portas ficou agastado com o facto de quem, sendo o líder do CDS, parceiro de coligação, e de todos sabermos que sem o CDS não há coligação nem o PSD é governo, Passos Coelho ter desvalorizado, numa entrevista televisiva, o posicionamento hierárquico de Portas no governo de uma forma que sectores internos do CDS classificaram de provocatória e desnecessária. Aliás, numa reunião política do CDS posterior a essas declarações vários dirigentes lembraram que apesar da força e da influência que o anterior ministro das finanças, Teixeira dos Santos, tinha no governo socialista e sobretudo junto de Sócrates, nunca aconteceu nada semelhante.
Finalmente as minhas fontes garantem-se que Portas ficou agastado quando depois da crise política que chegou a colocar em causa a continuidade do governo, Passos Coelho tenha solicitado uma audiência a Cavaco Silva fazendo-se acompanhar apenas do ministro Gaspar, deixando de parte o líder do parceiro de coligação, Portas, que ficou em Lisboa propositadamente tendo mesmo cancelado uma deslocação a países árabes. Portas garante que foi um acto de indelicadeza e de provocação deliberada de Passos ao CDS havendo quem associe esse facto a ausência de Portas da posse dos novos ministros. A ver vamos…