quarta-feira, agosto 23, 2023

Primeira-ministra de Itália sobre polémico imposto à banca: "Temos de enviar uma mensagem sobre o que é um Estado justo”

Giorgia Meloni não se arrepende da medida que o seu governo anunciou na semana passada para taxar os lucros extraordinários dos bancos, apesar das fortes quedas em bolsa das financeiras transalpinas. Giorgia Meloni, a primeira-ministra de Itália, assumiu responsabilidade pela proposta de taxar os lucros extraordinários dos bancos a 40%. E "fá-lo-ia de novo, obviamente”, disse em entrevista a três jornais italianos - mesmo depois do anúncio desta medida, na semana passada, ter provocado fortes perdas nos mercados acionistas.

Em entrevista aos jornais Corriere della Sera, La Repubblica e La Stampa publicada esta segunda-feira, 14 de agosto, e citada pela Bloomberg, Meloni - que lidera um executivo de direita encabeçado pelo seu partido, o Irmãos de Itália - defendeu a medida, dizendo que “o sistema bancário tem sido rápido a aumentar as taxas de juro nos créditos à habitação, mas manteve-os inalterados nas poupanças, tendo sido criada uma distorção”.

Mesmo depois das fortes quedas nas bolsas - que prejudicaram particularmente a banca italiana - com vários críticos a temerem nova degradação da credibilidade dos mercados italianos, Meloni disse aos jornais, na sua casa de férias, no sul de Itália, que “fá-lo-ia de novo, obviamente (…) é uma medida que queria porque creio que temos de enviar uma mensagem sobre o que é um Estado justo”.

SISTEMA FINANCEIRO

“Eu não quero punir os bancos, mas havia uma situação de desequilíbrio. (…) Com o aumento consistente e prolongado pelo Banco Central Europeu das taxas de juro, as famílias e as empresas correm o risco de ser penalizadas", acrescentou.

A medida, anunciada na semana passada no último dia antes do início das férias do governo italiano, provocou fortes perdas nas ações da banca europeia. O executivo de Roma veio mais tarde pôr água na fervura, dizendo que o montante captável representa apenas 0,1% do património global dos bancos italianos.

A medida em questão visa taxar a 40% os lucros extraordinários dos bancos italianos em 2022 e 2023, com o governo de Meloni a estimar inicialmente uma receita de 2 mil milhões de euros (Expresso)

Sem comentários: