O direito à protecção da saúde é mandatório para
que o Serviço Regional de Saúde seja uma prioridade na presente legislatura.
Os princípios fundamentais do Estatuto do
Sistema Regional determinam um nível de exigência elevado no que toca a
assegurar a centralidade do utente, o acesso aos cuidados de saúde, a integração
e continuidade de cuidados, a inovação na gestão e a repensar a organização do Serviço
Regional de Saúde, garantindo o financiamento para as necessidades e a
utilidade da despesa nas respostas.
A ação do Governo na saúde será sempre no
sentido de uma Região Autónoma e ultraperiférica que se quer segura, saudável e
sustentável, afirmando-se a nível internacional, através do conhecimento e das
competências demonstradas e das intervenções já reconhecidas a nível nacional,
europeu e no Mundo, particularmente na estratégia integrada de prevenção e
controle das doenças transmitidas por mosquitos vetores ou na resposta
organizada às situações de emergência e catástrofe.
O Sistema Regional de Saúde será repensado
e ajustado de forma a possibilitar o crescimento da qualidade assistencial,
baseando toda a ação governativa do sector da saúde na efetividade, na
eficiência, no controlo de riscos e na satisfação dos cidadãos e de todos os
intervenientes e atores envolvidos.
O Governo Regional assume o compromisso de
um contrato social para a saúde, alicerçado na melhor evidência científica e
que garanta o cumprimento sustentável e perene do direito à proteção da saúde.
Orgulhando-se da evolução do Serviço Regional de Saúde nos últimos 43 anos,
pois são evidentes os avanços nas políticas de promoção e proteção da saúde e
de prevenção da doença, igualmente indiscutível é a capacidade instalada a
nível estrutural e organizacional da Rede de Cuidados de Saúde Primários (CSP),
bem como a qualificação do Recursos Humanos e a verticalidade de elevada
diferenciação alcançada nos Cuidados Hospitalares (CH).
A partir do vasto património estrutural e
formal, legado por um ciclo governativo dedicado à criação e expansão do
Sistema Regional de Saúde, cumpre agora garantir a melhoria de meios humanos e
estruturais, manter, consolidar e modernizar áreas de intervenção, na sua
dimensão pública e na sua articulação, enquanto sistema, com as entidades
privadas, com as instituições particulares de solidariedade social e os
profissionais livres que,em acordo com o sector público, complementem as
atividades de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação na área da saúde.
Para cumprir com este desígnio, a
Governação na área da Saúde será orientada pelos cardinais:
·
Saúde Visão holística dos problemas e
oportunidades;
·
Saúde Ecossistema;
·
Saúde justa e Equitativa;
·
Saúde Próxima;
·
Saúde Inclusiva
·
Saúde Sustentável, para o qual concorrem os
eixos estratégicos e as medidas de ação objetivas definidos neste programa.
Orientações Estratégicas
Governação e Modernização do Sistema
Regional de Saúde
·
Reorganizar as funções de Regulação e
Gestão no Sistema Regional de Saúde.
·
Reformular o Serviço Regional de Saúde no
sentido de uma Governação Integrada da Saúde abrangendo a governação clínica,
empresarial, financeira, da informação e da gestão do risco.
·
. Promover um modelo organizativo centrado
no doente e não na doença, que deve reconhecer que o aumento da esperança de
vida e das doenças crónicas, tem como consequência o aumento do número de
doentes com patologias múltiplas que necessitam de equipas e cuidados polivalentes.
·
Promover o desenvolvimento de modelos
colaborativos de cuidados de saúde que assegurem o devido acompanhamento do
doente, particularmente na transição de cuidados (hospital, cuidados de saúde
primários, farmácias). Privilegiar a colaboração interprofissional (médicos,
enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais de saúde) de forma a alcançar
uma efetiva integração de cuidados de saúde.
·
Capacitar os profissionais e as equipas
para a cooperação estratégica e evoluir para modalidades de gestão
colaborativas e participadas, promotoras da dinamização de uma cultura
institucional de governação clínica e empresarial, coerente e baseada em princípios
de racionalidade e de eficiência.
·
Manter o nível de reconhecimento externo da
qualidade dos cuidados prestados e das competências técnicas certificadas,
através da Acreditação conquistada e utilizar este nível como potencial
motivador para um movimento universal de melhoria contínua nos diferentes
Unidades do Serviço Regional de Saúde.
·
Definir métricas de resultados – benchmarking
- que permitam aferir a qualidade dos cuidados prestados e promovam uma maior
interação e comunicação entre os profissionais de saúde que trabalham para um
objetivo comum, possibilitando comparar resultados, explicar diferenças de
performance e avaliar o potencial de melhoria do Serviço Regional de Saúde nas
principais áreas de atuação, balizado por padrões nacionais e internacionais.
Recursos Humanos, Competências e Formação
·
Antecipar os desafios que a Região enfrenta
para uma década, no que diz respeito ao planeamento de Recursos humanos,
médicos e enfermeiros particularmente.
·
Consolidar uma verdadeira política de
atratividade e retenção dos profissionais para o SRS.
·
Investir num Planeamento Integrado dos
Recursos Humanos que articule com a formação médica, designadamente na área das
especialidades médicas carenciadas.
·
Promover condições de trabalho estáveis e
dignas que estimulem o trabalho em equipa.
·
Reconhecer a Investigação Clínica (IC) como
parte integrante de uma boa prática clínica, considerando-a no tempo de
trabalho dos profissionais de saúde dos cuidados de saúde primários e
hospitalares e com reflexo na avaliação profissional.
·
Favorecer o equilíbrio remuneratório entre
os vários grupos profissionais de saúde.
·
Criar um quadro institucional, por um
período a definir que permita contratar alguns profissionais que atualmente já
não pertencem ao quadro da função pública e que manifestem a sua
disponibilidade para aceitar as condições propostas desde reconhecidas como uma
mais-valia. Tomar por referência o quadro legal nacional que propõe uma
remuneração a fixar, acumulável com a reforma, e um horário de 20 horas.
Saúde Pública e do Planeamento em Saúde
- Robustecer as funções de Regulação no Serviço Regional de Saúde.
- Organizar a Rede Regional de Serviços de Saúde Pública em articulação com a Estrutura e Organização dos Cuidados de Saúde Primários na Região Autónoma da Madeira, fazendo coincidir as áreas geográficas de abrangência do Agrupamento dos Centros de Saúde e da Unidade de Saúde Pública.
- Assegurar a Coordenação das atividades no âmbito da Saúde Pública, de modo a garantir a proteção e promoção da saúde das populações, em articulação com as competências e funcionamento das Autoridades de Saúde, garantindo os regulamentos inerentes à Sanidade Internacional, Saúde Ambiental e de Observatório Regional de Saúde.
- Investir no Planeamento Local de Saúde, criando dinâmicas de trabalho multidisciplinar e multissectorial e integração de políticas públicas.
- Promover os hábitos de vida saudáveis, alimentares e de ingestão de nutrientes vitais para a saúde humana, práticas de atividade física, promover ainda a cessação tabágica e a moderação de consumo de álcool em articulação estreita com o conhecimento científico disponível.
- Reciclar os resultados da avaliação das Estratégias Regionais de Promoção da Saúde em evolução, reescrever as prioridades de intervenção e tradução financeira programática que garanta o devido investimento para atuar sobre o consumo excessivo de álcool, o uso de drogas e intervir na saúde mental, cancro, hipertensão arterial, excesso de peso e obesidade.
- Manter o foco na deteção precoce da doença e na instituição do tratamento adequado em tempo útil, consolidando a implementação do Centro de Rastreios da RAM que integrará o Rastreio do Cancro da Mama; o Rastreio da Retinopatia Diabética e desenvolverá os Rastreios do Cancro Colorretal e do Cancro do Colo do Útero e o Rastreio Visual infantil.
- Reconhecer a importância da aplicação dos sistemas de informação geográfica à Saúde, incrementar a sua utilização e promover a integração da informação clinica, epidemiológica e ambiental, evoluindo para o desenvolvimento de um Sistema de Informação Regional de GeoSaúde, que possibilite a descrição e análise da distribuição dos acontecimentos de saúde e dos fatores que os determinam apoiando o planeamento, a intervenção e a avaliação em Saúde Pública.
Cuidados de Saúde Primários
·
Assumir a meta de atribuir um médico e um
enfermeiro de família a cada madeirense e porto-santense, perspetivando a
cobertura universal em saúde familiar da população residente na Região Autónoma
da Madeira (RAM).
·
Compatibilizar a meta de atribuição de
médico de família com o plano de acesso à gestão de vagas da formação médica na
especialidade de Medicina Geral e Familiar.
·
Rever a experiência piloto desenvolvida em
modo Unidade de Saúde Familiar (USF) e definir o plano de implementação
alargada de USF enquanto instrumento de reestruturação dos Cuidados de Saúde
Primários na RAM.
·
Formalizar o Modelo Regional de Unidades de
Saúde Familiar, adaptado às especificidades e exigências de recursos e meios e
às determinantes demográficas, epidemiológicas e territoriais da RAM.
·
Consolidar o Modelo de Intervenção
Comunitária, quer na vertente preventiva, quer no acompanhamento das doenças de
evolução prolongada e cronicidade pregressa, como a Doença Mental e as
situações demenciais, criando no contexto do ACES as equipas de intervenção
comunitária, com prioridade para as equipas comunitárias de saúde mental.
·
Aumentar a resolutividade dos CSP,
incluindo nas respostas de atendimento permanente e atendimento urgente,
dotando de meios humanos e tecnológicos que permitam maior diferenciação e
capacidade diagnóstica, abordagem resolutiva e acompanhamento próximo.
·
Investir nas respostas no domicílio de modo
a minimizar o efeito de pressão sobre a Urgência Central devido a procura por
situações não urgentes, cuja resolução pode e deve ser realizada em contexto da comunidade e
com o apoio da rede social do utente.
·
Repensar o alargamento de funcionamento dos
Centros de Saúde, especialmente em meio urbano, para melhor responder às
necessidades da população ativa que procura os serviços da comunidade em
horário pós-laboral.
Cuidados Hospitalares e Gestão do Acesso e
do Tempo de Espera
·
Manter um ativo acompanhamento de todas as
etapas conducentes à edificação do Novo Hospital da Madeira e do seu programa
funcional, elaborado no sentido de mais eficiência, maior sustentabilidade,
maior rendibilidade. Assumir um programa de continuidade na requalificação e
beneficiação das estruturas hospitalares existentes.
·
Investir em formas alternativas ao
internamento hospitalar convencional, definindo uma Estratégia Regional de
Hospitalização Domiciliária, cuja implementação passará por, numa fase inicial,
desenvolver uma etapa experimental.
·
Manter e redimensionar as valências de
Hospital de Dia, existentes no perímetro do SESARAM, E.P.E, e criar outras em
áreas entendidas prementes no atendimento a doentes crónicos e frequentes,
tendo por base um modelo de gestão de doença crónica com equipa dedicada
constituída por um médico especialista medicina interna e uma enfermeira da
equipa de gestão das doenças crónicas.
·
Colocar a ênfase em definir tempos
diferenciados de acesso a cada um dos componentes da cadeia de intervenções
sucessivas e pré-determinadas pelo caso clínico de forma a garantir sucesso
final, seja ele cura ou mitigação de sintomas e melhoria da qualidade de vida.
·
Rever a legislação existente de nível
regional relativa aos direitos de acesso aos Cuidados de Saúde pelo utente,
atualizando os mecanismos de regulação dos tempos de resposta e de referenciação,
dentro do próprio Serviço Regional de Saúde e para os estabelecimentos de saúde
do setor privado, tendo em linha de conta os Instrumentos de Gestão de acesso
criados, ou a implementar, designadamente no âmbito da lista de inscritos para
cirurgia e MCDT’s.
·
Investir em instrumentos de Gestão de
Acesso, designadamente para garantir o acesso equitativo a todas as
especialidades médicas, meios complementares de diagnóstico e tratamento
(MCDT’s), e às inovações terapêuticas:
- Criar o programa de Acesso e Gestão Hospitalar das
Intervenções Cirúrgicas GHIC-RAM, apoiado por uma unidade de gestão de apoio e
informação relacionada com a produção cirúrgica.
- Fortalecer o programa da Cirurgia do Ambulatório, já em curso,
colocando como meta para esta legislatura que sejam realizadas em regime
ambulatório, a maioria das cirurgias que se venham a realizar no Hospital Dr.
Nélio Mendonça.
- Garantir, através do regime de reciprocidade e de outros
instrumentos de relação, a referenciação e integração dos utentes do SRS nas
redes de referenciação Hospitalar do SNS, sempre que se justificar.
- Consolidar a Via Verde do medicamento na Região Autónoma da
Madeira.
- Desenvolver o Centro de Farmacovigilância da RAM, de forma a
aumentar a segurança da prescrição.
- Manter as relações de cooperação com as farmácias da
comunidade para os fármacos com venda conjunta nas unidades de saúde.
Integração de Cuidados e a articulação com
a Inclusão Social
Conceber um
Modelo Regional de Cuidados Continuados Integrados que seja uma verdadeira Rede
de Suporte ao Doente, apostada nas tipologias, convalescença, média duração e
reabilitação e cuidados de longa duração e manutenção, que se expanda também
nas vertentes de:
·
Cuidados Continuados Integrados de Saúde
Mental e Cuidados Continuados Integrados Pediátricos.
·
Implementar um Modelo de financiamento de
Cuidados Continuados Integrados que responda às especificidades regionais e
traduza o investimento na qualidade da assistência e capacidade de resposta à
severidade da dependência e à complexidade dos quadros de necessidades de saúde
que se instalam na população assistida.
·
Aumentar gradualmente a participação das
autarquias locais na criação de equipamentos sociais tipo Estruturas
Residências para Pessoas Idosas (ERPI) e de Unidades de Cuidados Continuados
Integrados (REDE).
·
Aumentar a resolutividade das Estruturas
Residenciais para Pessoas Idosas e das Unidades de Cuidados Continuados
Integrados em articulação com a Rede de Cuidados de Saúde Primários de modo a
diminuir a pressão sobre as urgências e sobre alguns internamentos
desnecessários.
·
Compatibilizar a intervenção em cuidados
continuados integrados e a assistência em cuidados de longa duração com as
especificidades que surgem do aparecimento progressivo das situações de
demência.
·
Conciliar a Estratégia Regional para o
Envelhecimento Ativo e Saudável com as áreas de governação da Saúde e da
Inclusão Social, consolidada num trabalho de parceria e em Rede que responda às
várias dimensões da prevenção, acompanhamento, reabilitação e, funcionamento e
bem-estar, potenciando de anos de vida saudável na população que envelhece.
·
Consolidar e alargar apoios específicos às
várias fases do ciclo de vida, designadamente o apoio à natalidade e ao
processo de envelhecimento, privilegiando a prevenção nos primeiros anos de
vida, a promoção das escolhas saudáveis e a promoção da autonomia e independência
no envelhecimento.
Cuidados Paliativos e Acesso à abordagem
paliativa
·
Expandir a Rede de Cuidados Paliativos
(CP), na vertente intra-hospitalar e na vertente comunidade e ao longo do ciclo
vital.
·
Melhorar as competências dos profissionais
no sentido de maior capacidade para identificar os doentes com necessidades do
foro paliativo, e preparação para uma abordagem paliativa.
·
Fomentar e ampliar as competências da
Equipa Regional de Cuidados Paliativos para intervir enquanto
consultora/formadora ou na prestação direta de cuidados de elevada complexidade
num modelo colaborativo e integrado de CP.
·
Fomentar os programas de parceria e
Articulação com as Universidades, Escolas Superiores de Saúde e outros Centros
de Investigação (com o objetivo de desenvolver o ensino, a investigação e a
divulgação dos CP), incluindo os projetos de parceria que visam a criação de
unidades e equipas de intervenção em Cuidados Paliativos.
·
Incrementar o acompanhamento do Doente
seguido em CP no seu local de preferência, designadamente no domicílio.
Financiamento e Controlo de Despesa
·
Repensar modelo de financiamento e
organização do Sistema Regional de Saúde com ênfase na gestão por objetivos e
por níveis de eficiência, garantindo a autonomia de gestão no quadro de
objetivos contratualizados, com incentivos remuneratórios aos profissionais de
saúde em função dos resultados obtidos.
·
Criar uma agenda de negociação orçamental,
a nível nacional, que permita minimizar os custos de insularidade e a
necessidade de assegurar as respostas de fim de linha dos hospitais do SRS.
·
Assegurar a participação do Serviço
Regional de Saúde nas estruturas e missões que a nível nacional definem e
estudam os modelos de financiamento das tecnologias inovadoras na Saúde e de
modelos de orientação para os limiares a sustentar em termo de medicamentos e
Tecnologias da Saúde, integrando e acompanhando os critérios e linhas de
orientação nacionais, que regulem o acesso dos doentes à inovação terapêutica.
·
Melhorar a cultura de negociação e
contratualização em saúde e ampliar a participação interna na elaboração das
propostas orçamentais em saúde.
·
Organizar um modelo de criação de valor,
materializado nas métricas e resultados comprovativos da melhoria do estado de
saúde da população.
·
Considerar como modelo de financiamento do
SRS, o modelo combinado de incentivo ao desempenho e controlo de custos.
·
Criar mecanismos de responsabilidade e
cidadania profissional junto da Rede de Prestadores do Sistema Regional de
Saúde nos atos de prescrição, dispensa e prestação, eliminando a redundância e
duplicação de prescrições em Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica
(MCDTs) e medicamentos.
·
Reconhecer as vantagens económicas da
utilização de medicamentos genéricos e incentivar a prescrição e o consumo dos
mesmos e acompanhar os estudos que apontem para desperdício e excesso eventual
de consumo.
·
Combinar a aquisição centralizada de
compras em saúde com modelos de negociação
·
que criem valor de aquisição regional e
combatam a falta de Escala do SRS.
·
Prevenir a saturação do sector da Saúde e
garantir a sustentabilidade do Sistema
·
Regional de Saúde, explorando mecanismos de
controlo da relação do sistema público e do sistema privado, na expansão e
aquisição de equipamentos, estruturas de diferenciação e tecnologias da saúde, com
recurso à Gestão da Carta de Equipamentos da Saúde.
·
Reduzir as despesas das famílias em
pagamentos diretos em saúde, regulando e alargando os benefícios adicionais de
saúde na aquisição de medicamentos, próteses oculares e lentes, tratamentos de medicina
dentária e próteses dentárias removíveis.
·
Melhorar a qualidade da despesa Pública em
Saúde: identificar e disseminar boas práticas de gestão de recursos, com o
objetivo de geração de poupanças e melhoria do desempenho dos serviços públicos
da saúde.
·
Estabelecer um dispositivo observacional do
Sistema Regional de Saúde que combine o desempenho estratégico e financeiro,
desenvolvido em ambiente técnico multidisciplinar, com aproveitamento do
trabalho em Rede com as Instituições Públicas e Privadas de Saúde, a Academia e
a Investigação, garantindo a recolha da evidência, a análise e o reporte
periódico e objectivo.
Saúde
Digital e Modernização Administrativa
·
Definir uma arquitetura de sistemas de
informação abrangente, comunicável, auditável com centralidade na Unidade
Utente/Cidadão e em conformidade com o modelo de Ecossistema de Informação em
Saúde.
·
Desenvolver um sistema de informação
integrado em saúde que assuma os princípios da transparência e responsabilidade
social.
·
Manter um nível de informação disponível a
todos os intervenientes em saúde sobre acesso, eficiência, qualidade e saúde da
população.
·
Aplicar o potencial da Economia Digital à
informação, comunicação, planeamento, gestão, monitorização, e avaliação do
Sistema Regional de Saúde e na melhoria dos níveis de literacia de todos os
agentes e utilizadores do Sistema Regional de Saúde.
·
Aproveitar os instrumentos de registo
clínico e de outros dados da saúde e integrando numa plataforma regional de
dados da saúde do utente, com níveis de acesso credenciado e partilha
controlada.
·
Recorrer às tecnologias de informação para
que a Saúde possa chegar a todos os residentes na RAM de forma mais
independente do local onde vivem e trabalham.
·
Promover a melhoria da usabilidade dos
Sistemas de Informação através de mecanismos de envolvimento dos cidadãos.
·
Assegurar a gestão dos riscos e da
segurança da informação.
·
Melhorar as Competências de Tecnologias de
Informação e Comunicação para a gestão de topo.
·
Aumentar a Comunicação entre Sistemas de
Informação, intra e interorganizações.
·
Otimizar e disseminação das ferramentas de
Business Intelligence para apoio à tomada de decisão de gestão.
·
Investimento - Construção, ampliação,
requalificação e apetrechamento da Rede de Cuidados de Saúde Primários, Rede
TeleSaúde e Unidades de Cuidados Continuados Integrados – acesso a Fundos
Europeus Estruturais
·
Propor a atribuição de apoios financeiros a
operações que contribuam para o reforço da rede de infraestruturas de saúde,
designadamente ao nível da Rede de Cuidados Continuados Integrados, incluindo
os cuidados ao domicílio, podendo se revestir de unidades móveis de saúde para
áreas de baixa densidade com vista à satisfação integral, a nível regional, das
necessidades de apoio em Rede às pessoas doentes e dependentes.
·
Recomendar apoios para a aquisição e
instalação de equipamentos para prestação de serviços de Telemedicina e
TeleSaúde, de equipamentos de tecnologia avançada para unidades do Serviço
Regional de Saúde.
·
Propor apoios para adaptação de
equipamentos com vista à sua conversão em Unidades de Saúde Familiares.
·
Definir os Custos Padrão na área da Saúde -
Construção, ampliação e requalificação de unidades prestadoras de cuidados de
saúde primários, nomeadamente Unidades de Saúde Familiar (USF) e de Unidades de
Cuidados Continuados, consolidando a REDE.
Sistema
Regional de Saúde - Cooperação, Acordos e Convenções
- Promover o levantamento de todos os instrumentos de convenção que reflitam a complementaridade que caracteriza o modelo misto do Sistema Regional de Saúde no sentido da sua análise e atualização.
- Criar um referencial técnico e jurídico, que envolva áreas da saúde, finanças, economia e segurança social e que proponha medidas de atualização e agilização para conseguir a melhoria dos instrumentos de convenção, acordos e cooperação com as entidades e os profissionais livres que integram o Sistema Regional de Saúde.
- Estudar e analisar instrumentos no âmbito dos procedimentos e instrumentos de contratação pública que permitam a adjudicação de serviços de prestação de cuidados, bens e serviços complementares ao Serviço Regional de Saúde.
Saúde
Porto Santo
·
Aumentar a carteira de serviços,
nomeadamente o número de especialidades médicas disponíveis no Centro de Saúde
do Porto Santo, bem como a sua periodicidade de assistência.
· Manter a colaboração da EMIR com períodos de participação mais intensa, sempre que a situação o justifique.
· Incrementar o uso da TELESAÚDE como ferramenta adicional na monitorização e consultoria, na gestão clínica e no apoio à decisão em todas as áreas assistenciais.
· Desenvolver o processo de Acreditação do ACSA iniciado em 2019 e o seu aproveitamento máximo como instrumento de motivação dos profissionais e ferramenta de cultura de segurança e melhoria da qualidade da prestação de cuidados.
· Criar um plano de formação ajustado às condições de dupla insularidade do pessoal técnico.
· Melhorar as condições de evacuação de doentes, e de resposta a situações de risco deverá ser mais célere e melhor equipada.
· Estabelecer um Protocolo com a Força Aérea, para a evacuação de doentes, que incorpore as conclusões do grupo de trabalho criado para o efeito.
· Revisitar o regulamento de Transporte de Doentes não Urgentes e alterá-lo no sentido de melhor responder às necessidades atuais de transporte dos doentes residentes no Porto Santo.
· Assegurar a cobertura na abordagem paliativa e na continuidade de cuidados continuados integrados à população residente no Porto Santo.
· Dar prioridade à intervenção de base comunitária preconizada pela Estratégia Regional de Promoção da saúde mental.
· Manter a colaboração da EMIR com períodos de participação mais intensa, sempre que a situação o justifique.
· Incrementar o uso da TELESAÚDE como ferramenta adicional na monitorização e consultoria, na gestão clínica e no apoio à decisão em todas as áreas assistenciais.
· Desenvolver o processo de Acreditação do ACSA iniciado em 2019 e o seu aproveitamento máximo como instrumento de motivação dos profissionais e ferramenta de cultura de segurança e melhoria da qualidade da prestação de cuidados.
· Criar um plano de formação ajustado às condições de dupla insularidade do pessoal técnico.
· Melhorar as condições de evacuação de doentes, e de resposta a situações de risco deverá ser mais célere e melhor equipada.
· Estabelecer um Protocolo com a Força Aérea, para a evacuação de doentes, que incorpore as conclusões do grupo de trabalho criado para o efeito.
· Revisitar o regulamento de Transporte de Doentes não Urgentes e alterá-lo no sentido de melhor responder às necessidades atuais de transporte dos doentes residentes no Porto Santo.
· Assegurar a cobertura na abordagem paliativa e na continuidade de cuidados continuados integrados à população residente no Porto Santo.
· Dar prioridade à intervenção de base comunitária preconizada pela Estratégia Regional de Promoção da saúde mental.
Saúde,
Sector Colaborativo e Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (I &DT)
- Fomentar a Criação de um Observatório do Sistema Regional de Saúde em parceria com a Academia, que deve coordenar, e os sectores da governação: Educação, Ciência e Tecnologia, Economia, Finanças e Inclusão Social e Cidadania.
- Criar a Rede Regional dos Organismos Colaborativos da Saúde em I&DT.
- Promover a instalação de um laboratório colaborativo nas áreas do desenvolvimento de soluções tecnológicas de apoio à governação da saúde, formação dos profissionais de saúde e gestão clínica.
- Estimular a conceção de um referencial de criação de valor económico e social que reforce a ligação entre o ensino superior, o sistema prestador de cuidados e o setor empresarial.
- Consolidar o Ciclo Básico do Mestrado Integrado de Medicina com a realização do 3ºano a partir do ano letivo de 2020-2021.
Proteção
Civil
·
Na área da proteção civil, o Governo
Regional, através do Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM, tem por missão
prevenir os riscos inerentes a situações de acidente grave ou catástrofe, bem
como atenuar e resolver os efeitos decorrentes de tais situações, socorrendo
pessoas e protegendo bens.
·
Ao nível da Região, orienta, coordena e
fiscaliza as atividades exercidas pelos Corpos de Bombeiros e todas as actividades
de proteção civil e socorro.
·
É, igualmente, através do SRPC, IP-RAM, que
o Governo Regional assegura o cumprimento do Regulamento de Segurança Contra
Incêndios em Edifícios e Recintos, excluindo os espaços/edifícios que se
classifiquem na 1.ª categoria de risco, cuja competência é das Autarquias. Neste
âmbito, a atividade do Governo Regional desenvolve-se em duas agendas
temáticas: por um lado incrementa uma forte aposta na Qualificação dos seus
técnicos e nos agentes de proteção civil, especialmente os bombeiros da RAM,
através da Escola de Formação em Proteção Civil e Bombeiros e por outro procura
apetrechar o seu dispositivo operacional com equipamentos e ferramentas
inovadoras capazes de fazer face aos inúmeros desafios relacionados com os
vários fenómenos extremos, ultimamente com exponencial expressão e efeito
devastador na vida das populações residentes na Região, muito por conta da
pressão resultante das Alterações Climáticas, associada à situação geográfica e
orografia peculiar do território.
·
A Região Autónoma da Madeira vivencia de
forma singular a sua situação geográfica, o seu afastamento do continente, o
seu território de orografia acidentada, associado a uma pressão urbana
considerável e sujeita a eventos meteorológicos extremos que obrigam a um
estreito e permanente relacionamento com todos os agentes que participam no
socorro, dado que a capacidade de resposta é limitada aos recursos disponíveis
no arquipélago.
·
Este relacionamento baseia-se numa
perspetiva de abrangência, integração e coordenação, sempre com o objetivo
máximo de proteção de vidas, bens e infraestruturas críticas na componente
“safety”, pois as mesmas terão sérios impactes na saúde, na segurança, na economia,
no bem-estar tanto da população residente e como flutuante. Em suma, no normal funcionamento
da Região Autónoma da Madeira.
·
De salientar ainda, que a RAM é uma Região
Ultraperiférica que lhe confere direito a um tratamento diferenciado e adaptado
às suas especificidades da aplicação das políticas da UE.
·
Pretende-se do Serviço Regional de Proteção
Civil um serviço moderno, eficiente, eficaz e participativo.
·
Para almejar o desiderato anterior torna-se
fundamental definir uma estratégia de proximidade com todos aqueles que
contribuem para a proteção e o socorro, formar e apetrechar o dispositivo de
resposta regional com valência e meios adequados e adotar uma cultura de proximidade
com o cidadão comum, ganhando maior confiança de todos quantos esperam do SRPC
o apoio em situações que vão para além da normalidade.
·
Contribuir para um SRPC mais participativo
passa, igualmente, por contribuir para o empowerment da população residente
permitindo dotada de procedimentos eficazes e eficientes nas suas medidas de
autoproteção, bem como dos que lhes são mais próximos.
Orientações Estratégicas
·
Prestar socorro eficaz e eficiente em todas
as suas dimensões adequado à RAM.
·
Aperfeiçoar as capacidades de Comando,
Controlo e Comunicações das acções de Protecção Civil.
·
Aumentar a cultura de Protecção Civil da População
da RAM.
·
Reforçar a capacidade de prevenção dos
Riscos.
·
Aumentar a capacidade dos meios e
dispositivos disponíveis.
·
Aumentar a capacidade de protecção dos
agentes.
·
Manter a presença dos meios aéreos próprios
para combate a incêndios.
·
Incrementar o programa POCIF.
·
Manter a relação de contrato-programa com
as Associações Humanitárias de Bombeiros.
·
Aumentar os níveis de formação e
qualificação dos agentes de protecção civil na RAM.
**
Esta
agenda de intervenção do Governo Regional, com relevância identificação de
perigos e antecipação da ação de forma permanente e mitigação de riscos tem
tradução financeira no Orçamento Regional e é potenciada pelo acesso a recursos
comunitários(europeus), destacando-se nestes o PO SEUR.
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