domingo, julho 17, 2022

Nota: PS-M promove lider a pensar na agenda de Cafofo...

 

O PS-Madeira acaba de lançar uma série de cartazes na cidade com a imagem do seu lider regional e “alindados” com algumas frases-chavão que não passam de banalidades repetidas ao longo de 40 anos de dialética política poder “versus” oposição. O objectivo não é vender qualquer dessas frases mas “fazer” a imagem do líder, torná-lo mais conhecido desde logo entre os eleitores do PS-M. Sérgio Gonçalves, é em meu entendimento, é um mero “intervalo” numa lógica politica socialista local perfeitamente controlada por quem está interessado em neutralizar veleidades ou ousadias internas mais atrevidas, lógica socialista que continua assente em Paulo Cafofo, na sua agenda pessoal e política que acho que não apontará no imediato para 2023 (uma derrota seria o seu fim político, embora a história do PS-M na RAM mostra que os derrotados continuam sempre em funções e à espera da eleição e da derrota seguinte) mas para depois disso, em 2027, com novos protagonistas no PSD-M e com um Cafofo a cumprir (?) - tudo fará por isso - um mandato de mais de 4 anos no governo central socialista de Costa, o que lhe dará a tarimba política que 6 ou 7 anos na CMF não lhe propiciaram. Porque regionais e autárquicas são realidades diferentes, por muito que não gostem que se diga.

Acho bem. De facto o PS-M demorou a perceber que tinha (tem) que fazer algo por que Sérgio Gonçalves, sem experiência política alguma - foi apenas deputado regional porque Paulo Cafofo o escolheu - nunca foi dirigente socialista antes de ter sido empurrado para a liderança do PS-M numa estratégia pensada que secou qualquer outra alternativa, na medida em que esse era (é) o cenário que mais e melhor serve e interessa a Cafofo e ao seu núcleo duro de apoiantes, neste momento deslocado para Lisboa.

O problema do PS-M Madeira é que precisa de resistir nas regionais de 2023 para manter acesa a estratégia de retorno de Paulo Cafofo à liderança do PS regional. Uma derrota acentuada em 2023, e que não pode ser descartada, depois da derrota autárquica no Funchal em 2020, pode constituir um sério reves à estratégia socialista/cafofiana na Madeira. Por isso esta campanha de publicitacão da figura do líder do PS-M, sem motivo aparente (estamos a ano e meio das regionais de 2023) tem que ser cimpreendida tambem para compensar a mobilização do PSD-M por causa da sua festa no Chão da Lagoa. 

É neste quadro que se devem entender os recados públicos, através do DN-M, a Emanuel Camara e ao filho por causa de uma alegada proximidade destes a Albuquerque. Câmara foi determinante na derrota de Carlos Pereira na liderança do PS-M e na estretégia de promoção de Paulo Cafofo que só por muito pouco não resultou nas regionais de 2019. 

Sinceramente acho que essas condições não se repetirão embora a evolução da situação política regional nada tenha a ver com a fancaria de certas propagandas rascas e patéticas ou com o doentio recurso a recadinhos através de jornais ou via vuvuzelas das redes sociais, etc. Ela erá a ver, isso sim, com a dimensão e a profundidade que uma potencial crise económica  e social possa tazer, com as muitas dificuldades que isso criará, caso se confirme o cenário de crise e de perda de rendimentos, a empresas e famílias, no caso destas já muito marteladas pela especulação inflaccionista, pela subida das taxas de juro e pela inexistência de actualizações salariais que travem a queda abrupta do poder de compra. Tanto o poder como a oposição, no país, nas regiões ou nos municípios, dependem muito dos efeitos negativos da conjugacão de factores exógenos, que não controlam, mas que podem influenciar as opções eleitorais dos cidadãos. 

O caso dos incêndios no continente vai desafiar o PS e o governo como já estamos a constatar nalgumas sondagens - e em situações normais, caso estivéssemos perto de um período eleitoral, até poderiam provocar o derrube desse governo devido à forma atabalhoada como foi feita a gestão da crise na sua fase inicial, independentemente da conjugação negativa de factores climáticos e atmosféricos estranhos em Portugal e noutros países europeus (LFM)

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