sexta-feira, julho 15, 2022

Nota: Eu nunca votaria no novo líder parlamentar do PSD de São Bento

 

Que fique claro: eu não sei como votaram os 3 deputados do PSD-Madeira nas eleições para a liderança do GP do PSD na Assembleia da República nem me interessa nada saber, sobretudo quando a política vira negócio de lugares e de caganças. Mas uma coisa é certa, se eu fosse deputado em São Bento, e com esta lista patética que nem respeita a única região do país (Madeira) onde o PSD ganhou as legislativas de Janeiro deste ano (vergonhoso) , nunca votaria num lider parlamentar que presumo que não escolheu nenhum dos deputados da Madeira ou dos Açores - até poddia fazer um acordo para chamar um deles - quando são as duas únicas regiões onde o PSD é poder, é certo que graças a coligações, é certo por causa de uma indiscutível perda de votos, mas onde são poder! Por isso, e assumindo claramente o que digo, Montenegro começou mal com esta eleção e os resultados dispensam mais comentários. Afinal qual é influência da Madeira e dos Açores junto da estrutura nacional de decisão política social-democrata em Lisboa? O costume, zero!

Lembremos os eleitos:

Presidente do Grupo Parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento

Vice-presidentes, Ricardo Baptista Leite, João Moura, Paula Cardoso, Paulo Rios de Oliveira, Catarina Rocha Ferreira, Clara Marques Mendes, Joaquim Pinto Moreira, Andreia Neto, Hugo Oliveira, Hugo Carneiro

Secretários, Emília Cerqueira e Sónia Ramos

Sobre este tema, escreve o Expresso, num texto do jornalista Hélder Gomes, que "à última hora, António Prôa e Hugo Maravilha passaram a não integrar a lista de Joaquim Miranda Sarmento como vice-coordenadores de comissões parlamentares. Terão sido desconvidados por pressão das distritais. Contactado pelo Expresso, o recém-eleito líder da bancada recusou-se a comentar “convites”.

Em apenas três meses, o PSD passou de ter uma liderança da sua bancada parlamentar apoiada por 92% dos deputados para uma outra em que não foi além dos 60%. A composição da bancada é a mesma, os rostos da liderança é que mudaram: Paulo Mota Pinto, indicado por Rui Rio, foi substituído por Joaquim Miranda Sarmento, escolhido por Luís Montenegro.

A eleição do líder parlamentar era vista como o primeiro grande teste à liderança de Montenegro num grupo parlamentar escolhido por Rio e do qual o novo presidente social-democrata não faz parte como deputado. Tendo em conta os resultados, a aposta de Montenegro passou, mas sem a distinção que o presidente desejaria: 30 dos 76 deputados que votaram (só Rio não foi votar) não deram o seu aval a Miranda Sarmento, repartindo-se por 20 votos em branco e 10 nulos. O Expresso sabe que foram feitos dois desconvites de última hora, passando os deputados António Prôa e Hugo Maravilha a não integrar a lista final de Miranda Sarmento como vice-coordenadores de comissões parlamentares.

“Não só não quero comentar como não quero confirmar”, atalha Prôa, eleito pelo círculo de Lisboa e que, ao que o Expresso apurou, chegou a ser convidado para vice-coordenador da Comissão de Defesa Nacional. Ainda assim, sublinha a importância de os deputados serem “tratados com consideração”. Quanto ao resto, “o líder do grupo parlamentar tem toda a legitimidade para escolher a sua equipa” e o deputado continua, “como no início de funções”, “empenhado” em exercer o seu mandato “em lealdade com o partido”.

O Expresso contactou igualmente Hugo Maravilha, eleito pelo círculo de Viseu, mas o deputado preferiu não prestar declarações. O seu nome constava da lista, enviada à imprensa no final de tarde de segunda-feira, como vice-coordenador da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados. Horas depois, uma reunião da direção com os presidentes das distritais terá sido decisiva para o apagão. Confrontado pelo Expresso, o novo líder parlamentar, eleito dois dias mais tarde, limitou-se a responder de forma insistente: “Não falo de convites, não falo de convites, não falo sobre convites que foram feitos.”

Várias fontes confirmam que aqueles deputados foram convidados e desconvidados por causa de “equilíbrios que era necessário fazer com as distritais”. O caso do deputado de Viseu foi ainda “mais grave” por Hugo Maravilha ter sido “removido da lista”, o que “é pior do que ser desconvidado” e representa “uma vergonha para quem fez isto”, avalia fonte do grupo parlamentar. “Deve ter sido essa a razão de ter tido mais uma quantidade de votos nulos ou em branco do que se previa”, diz outra fonte, acrescentando que “isso é gerir com os pés um processo que já estava tremido, é dar uma patada em tudo”. “Foi um ajuste feito nas reuniões das distritais com o presidente do partido. Vem tudo do mesmo lado”, insiste.

José Silvano, ex-secretário-geral de Rio, afirma desconhecer o caso e atribui os resultados da votação “essencialmente” à “mudança de líder parlamentar de um momento para o outro”. Um outro deputado, que pediu anonimato, descreve o processo como “um mau início” e “uma situação dispensável”: “É tudo péssimo para o partido, até porque o grupo parlamentar estava minimamente coeso e eles inventaram aqui uma ‘derrota’. Se fosse há algum tempo e com outras pessoas, até dava para impugnar o ato.” Para outros, terá havido também “uma certa crítica ao perfil”. Miranda Sarmento é uma figura de transição entre o ‘rioísmo’ e o ‘montenegrismo’, uma vez que desenhou o programa eleitoral do líder cessante para as legislativas de janeiro e coordenou a moção de Montenegro para as diretas de maio. “Foi apoiante de Rio e depois foi um dos primeiros a abandonar e a passar-se para o novo líder”, concretiza a fonte.

“Isto é demonstrativo de como Miranda Sarmento não tem peso em relação à direção nacional. É um sinal de falta de respeito e de falta de poder desta direção do grupo parlamentar”, diz ainda um outro deputado. “Isto explica em parte a elevada quantidade de votos brancos ou nulos, porque as pessoas começaram a ficar chateadas pela forma como os colegas desconvidados estavam a ser tratados”, acrescenta. Acima de tudo, “os deputados não gostaram nem compreenderam a substituição do líder parlamentar e, por isso, é que votaram os que estavam na lista e poucos mais”, sintetizam as fontes ouvidas. Foram três os deputados que, não pertencendo à lista de Miranda Sarmento, votaram favoravelmente o seu nome. A “unidade” prometida por Montenegro no Congresso do Porto é “artificial”, assemelhando-se a atual direção do partido a “uma coligação de derrotados”, diagnostica uma das fontes". Sublinhe-se que esta figura, Joaquim Miranda, foi uma escolha de Rui Rio para a sua liderança, mas que rapidamente se colocou entre os apiantes de Montenegro. Rio foi o único deputado social-democrata que não participou na eleição do novo líder parlamentar que ja antes obrigou a uma demissão forçada de Mota Pinto, substituído também na liderança da Mesa do Congresso do PSD por Miguel Albuquerque".

Eleito com 59% dos votos...

O candidato único a líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, foi eleito com 59% dos votos da bancada, disse à Lusa fonte social-democrata. Dos 77 deputados sociais-democratas, votaram 76 deputados, sendo a única abstenção a do ex-presidente do PSD, Rui Rio. Joaquim Miranda Sarmento obteve 46 votos a favor, 20 brancos e 20 nulos. O seu antecessor, Paulo Mota Pinto, tinha sido eleito líder parlamentar do PSD em 7 de abril, com votos favoráveis de 71 dos 77 deputados sociais-democratas (92%), dois brancos e dois nulos, com dois deputados ausentes das votações (LFM)

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