terça-feira, outubro 06, 2015

João Jardim: "Madeira deve aproveitar fraqueza do poder e indefinições do Estado"

“Creio que o sistema de compromissos que vai caracterizar a vida política portuguesa enquanto o novo Governo da República se aguentar, constitui uma oportunidade a dever ser aproveitada pela Madeira, até pela preocupante representação parlamentar na Assembleia da República agora aqui apurada.
O tempo vai rolar cada vez mais depressa e cada vez menos previsível.
Se há meses, como eu disse, se adivinhava todo o esforço nacional e internacional dos “interesses” financeiros que estão a comandar o mundo, para a reeleição do Governo Passos/Portas – nunca a comunicação social lhe foi tão simpática, nem tão adversa aos socialistas – a maioria relativa satisfazê-los, vai depender do relacionamento desses lóbis poderosos com o PS.
Tanto a nível nacional, como na Madeira a subida da abstenção é muito clara de que só metade dos cidadãos se presta à liturgia do sistema político-constitucional, ainda vigente muitos neste não acreditam votar por imperativo de consciência.
A questão está em saber se vamos deixar este apodrecimento lento, prejudicando Portugal e favorecendo radicalismo, ou se é hora de começar a pôr termo a ISTO e termos uma Democracia capaz.
Embora os poderes que controlam o País e os Partidos do sistema queiram lucrativamente adiar o problema, inteligentes também têm a noção da degradação. Por exemplo, veja-se aquele esforço ridículo de pretender fazer querer aos Portugueses, no início da “noite eleitoral”, de que a abstenção diminuir!…
Voltando à Madeira, é claro que a continuidade do Desenvolvimento Integral e o indispensável crescimento do Emprego exigem duas coisas:
– primeiro, o Estado tem de assumir a dívida pública da Madeira, pois esta resultou do nosso Direito de investirmos na europeização da vida madeirense, após durante mais de cinco séculos o mesmo Estado português comprovadamente nos ter sonegado meios;
– segundo, esta autonomia, mormente a imposição do “Estado unitário”, é ainda colonial, impede à Região ter os meios para concretizar as opções de que necessita.
O resto são “rodriguinhos”, neste momento “diálogos” que pouco conseguem.
É preciso saber aproveitar a fraqueza do poder e as indefinições, no Estado – como se o fez noutras ocasiões – e aproveitar também o que os três Partidos que ganharam representação parlamentar, competitivamente deverão querer demonstrar.
A História é dos que sabem agarrar as oportunidades.
Funchal, 5 de Outubro de 2015
Alberto João Jardim” (texto intitulado ‘Day after’ eleitoral, publicado na página oficial do Facebook)

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