Cavaco Silva usa a expressão "superior interesse nacional" mais vezes do que eu respiro.
É "superior interesse nacional" para cima e para baixo, "superior interesse nacional" para a direita e para a esquerda. O problema é que ninguém sabe que interesse nacional é esse que tanto interessa a Cavaco Silva, já que não deve estar a falar de coisas passadas como as acções do BPN, o contributo dos seus governos para o agravamento do défice, a palhaçada em torno do estatuto político dos Açores, ou o caso das reformas e as despesas pessoais em casa.
Ou seja, nada tenho a ver com o conceito de "interesse nacional" de Cavaco. Como nunca votei nele - repito, nunca votei nele - trata-se de uma personagem que não me diz rigorosamente nada. Aliás conto os dias em que desapareça de circulação e vá para o Boliqueime dedicar-se à pesca ou ao que entender. Já não se pode ouvir falar do "superior interesse nacional" na boca desta personagem sobretudo quando olhamos para as polémicas. muitas, que ele protagonizou nestes 2 mandatos presidenciais.
É certo que hoje, no cauteloso discurso de posse do governo, entre as asneiradas do costume, tentou explicar o que na óptica dele é esse "superior interesse nacional". O que Cavaco Silva não teve a dignidade de reconhecer e assumir, foi a sua responsabilidade pelo crescimento da dívida pública nacional (ou já se esqueceram que entre 1993 e 1995, na era de Cavaco Silva, a dívida esteve sempre em crescimento). (LFM)
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