A minha opinião é a de que Passos Coelho cometeu provavelmente um erro político que será fatal a este governo ao manter a ministra das finanças. Independentemente de ela ter sido sua professora da universidade privada onde tirou o curso, independentemente de alguma força política que Passos deu à sua ministra devido, independentemente das eventuais exigências dos parceiros europeus para que ela fosse mantida, a ideia de um novo ciclo não é compatível com a continuidade da ministra das finanças. Acho muito sinceramente que qualquer partido da oposição desmistifica facilmente a ideia de Passos de que agora vamos para um novo ciclo. Tal como essa ideia caiu rapidamente por terra quando o Gaspar saiu e esta ministra das finanças, à falta de melhor, foi promovida - era secretária de estado do Gaspar - penso muito sinceramente que este governo teria dado um safanão muito grande e provavelmente poderia dificultar a perspectivas de análise e decisão do PS, caso Passos optasse por um novo ministro das finanças, que fosse uma figura respeitada e com ideias conhecidas. Não se trata de fazer a apologia do abandalhamento financeiro porque não podemos cair nesse círculo vicioso. Trata-se contudo de dar, na prática, credibilidade ao argumento usado na campanha de que agora sim, vamos entrar bum ciclo diferente e novo. Mas como um novo ciclo com esta ministra das finanças que é o rosto da austeridade e de muitas das medidas impopulares, incluindo do aumento de impostos, mas que tem ainda como mancha o facto de nunca terem sido desvendadas as suas responsabilidades, por via de pareceres técnicos, no processo de formalização de algumas das swaps que continuam a ameaçar as contas públicas com prejuízos da ordem de vários milhares de milhões de euros. Erradamente Passos e Portas acham que vão enganar o PS ou fazer os socialistas mudar de opinião criado um ministro da cultura, que se dilui misturado com outros dois sectores. Passos erro. Devia ter retirado desta proposta, que, repito, vale o que vale, e não o fez. Tanto mais quando é sabido que sairão Macedo da Saúde, Crato da Educação, Poiares do Desenvolvimento Regional, a ministra da Administração Interna, um falhanço absoluto, Paula Teixeira da Cruz da Justiça, Pires de Lima da Economia, etc. Curioso que Portas mantenha os seus ministros (salvo Pires de Lima rendido por um homem da confiança absoluta de Portas e que já era secretário de estado) nesta espécie de governo destinado a morrer prematuramente (LFM)
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