O índice anual sobre Justiça Social elaborado pela Fundação Bertelsmann coloca Portugal na 20.ª posição entre os 28 Estados-membros da União Europeia, com uma classificação geral de 4,98 pontos em 10 possíveis, destacando a situação desfavorável dos jovens.
Comparativamente ao índice de 2014 da Fundação Bertelsmann, que investiga anualmente o desenvolvimento das oportunidades de participação social em todos os 28 países-membros da UE, Portugal regista um ligeiro recuo de 0,14 pontos (de 5,06 para 4,98), mantendo a 20.ª posição da tabela, que é encabeçada pela Suécia (7,23 pontos) e termina com Grécia (3,61).
De acordo com o documento hoje divulgado, “a situação social, especialmente para os jovens portugueses, continua a ser desfavorável”, já que, “embora o desemprego entre jovens tenha baixado ligeiramente em relação ao ano passado, para 34,8% (23.º lugar), este valor é ainda duas vezes superior ao registado no ano de 2007”.
“Além disso, nota-se também em Portugal a tendência de uma crescente discrepância entre os jovens e os idosos. Enquanto a percentagem de crianças e jovens ameaçadas pela pobreza e pela marginalização social tem aumentado desde 2007 (26,9%; 2013: 31,7%), a respetiva percentagem entre as pessoas idosas sofreu uma redução de 10% no mesmo período, sendo agora de 20,3%”, aponta o relatório.
Além disso, acrescenta a Fundação na sua análise, “há necessidade de agir na área da educação”, na qual Portugal ocupa o 26.º e penúltimo lugar da tabela, sendo uma das principais causas deste resultado a alta percentagem de abandono escolar entre os jovens.
“Embora tivesse sido possível reduzir para metade os jovens que abandonam o ensino escolar desde 2008, 17,4% dos jovens entre 18 e 24 anos continuam sem conclusão do ensino escolar ou formação profissional. Neste contexto, o que mais preocupa é o corte das verbas financeiras do Governo para o setor de educação”, aponta o documento.
Como nota positiva em Portugal, o relatório aponta a “política relativamente bem sucedida” do país a nível da protecção do meio ambiente, indicando que “a quota de energias renováveis no consumo geral de energia, por exemplo, aumentou de 21,9% para 25,7% entre 2007 e 2013, o que foi acompanhado por uma significante redução das emissões de gases com efeito de estufa entre 2007 e 2012”.
A nível geral, a Fundação Bertelsmann sublinha que “as crianças e os jovens são os maiores perdedores da crise económica e do endividamento público na Europa”.
“Na União Europeia, cerca de 26 milhões de crianças e jovens estão ameaçados pela pobreza e pela exclusão social. Isto corresponde a 27,9% de todos que integram a faixa etária inferior aos 18 anos. Outros 5,4 milhões de jovens apresentam más perspetivas de futuro por não terem emprego nem acesso ao sistema de formação. O abismo social na Europa separa sobretudo norte e sul e jovens e idosos”, sintetiza o relatório anual (Económico)
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