Ferro Rodrigues, proposto pelo PS, acaba de ser eleito presidente da Assembleia da Republica. Votaram os 230 deputados. A maioria de esquerda funcionou porque Ferro, que precisava de 116 votos, acabou por ser eleito com um total de 120 votos (a maioria de esquerda teve menos 2 votos que a totalidade dos seus lugares, votos esses que foram brancos) contra 108 de Fernando Negrão (coligação teve mais um voto que a totalidade dos seus mandatos, não me espantando que tenha sido do deputado do PAN) que foi a tentativa desesperada da coligação PSD-CDS mas a verdade é que a conjuntura, agravada com o discurso de Cavaco Silva, não está pelos ajustes. Registaram-se 2 brancos. Penso que hoje foi dado um primeiro sinal de que esta 13ª Legislatura (coincidência: 13ª...) promete. Para a coligação o primeiro soco no estômago. O discurso da coligação é patético: quer ter o primeiro-ministro apesar de não ter a maioria parlamentar e queria ter o presidente da Assembleia apesar da oposição ter a maioria absoluta dos mandatos. Regras? Quais regras? A democracia assenta em pragmatismo constitucional e mais nada, não em regras que sendo fabricadas por homens, em função dos interesses dos partidos em cada momento, são por isso facilmente derrubáveis. Hoje viu-se. Porque razão a coligação não fez um pacto com o PS em torno da presidência da Assembleia da República? Eu explico: porque o PS não precisava do PSD-CDS para nada. PCP e Bloco nunca ousariam provocar o PS, neste momento, por exemplo não viabilizando a eleição do candidato do PS. E Cavaco ontem, apesar de ter tomado a decisão mais lógica, acabou por asneirar, como é seu hábito.
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