Durante algum tempo, o
interesse das presidenciais resumia-se à disputa pelo segundo lugar, o primeiro
dos vencidos. Uma disputa que deixava MRS distante destes dois protagonistas,
nas sondagens, e que antecipa uma disputa eleitoral entre Ana Gomes, candidata
de um PS envergonhado e refém de uma relação pessoal e política
(e institucional)
Costa-Marcelo - o que impediu a autonomização do PS neste acto eleitoral - e um
André Ventura radicalizado, agressivo no discurso, catalogado de
extrema-direita por causa de muitas das suas ideias e propostas, nomeadamente
no seu esforço para que a reboque
do seu discurso que chama a atenção de uma faixa importante da sociedade
portuguesa (como as sondagens o demonstram) consegue transpor para si a votação
que as sondagens atribuem ao Chega, quando o colocam como a eventual 3ª força política
(e eleitoral) do pais.
Tenho para mim que Ventura vai
ter uma surpresa desagradável nas presidenciais e que ficará muito aquém das
metas pretendidas.
Um desfecho contrário a este
que perspectivo, seria surpreendente e abriria caminho a um crescimento do
Chega nas legislativas, demonstrando, se dúvidas existissem, que não se combate
o discurso extremista de direita da forma como o fazem alguns idiotas da
esquerda mais extremista, deliberadamente organizados e mobilizados para
contestações promovidas por partidos de esquerda que não dão a cara.
Essa disputa, apesar da
espécie de campanha realizada e dos debates televisivos, mantem-se, já que o
radicalismo gasto e repetitivo de Ana Gomes, insistindo em temas já demasiado
martelados no seu discurso e nos seus comentários televisivos (também sem
contraditório...) apenas contrastou com o radicalismo repetitivo de um André
Ventura sem limitações e que reforçou as suas críticas de natureza política,
étnica e social, acrescidas de alguns ataques a MRS.
Nenhum deles conseguiu ganhar
grande vantagem sobre o outro pelo que tudo fica adiado para domingo.
Os outros candidatos são outsiders
nesta guerra eleitoral. Desde um Vitorino que questiona se devem ou não existir
critérios de exigências mais rigorosos e consentâneos com a presidência de uma
República, em vez do nacional-porreirismo do costume ou da teoria do quanto
pior melhor, a candidatos partidários, que confundiram competências presidenciais
com governação, como são os casos de Ferreira do PCP, Marisa do Bloco e Mayan
da Iniciativa Liberal (LFM)
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