Perda de rendimentos é a
principal causa apontada. Jovens temem mais o desemprego. Idosos são os mais
tristes. Quase metade dos portugueses (47%) concorda que a pandemia lhes tirou
qualidade de vida. E destes, 52% apontam a "falta de dinheiro ou problemas
económicos" como a principal causa. Só 11% referem o desemprego como
motivo. De acordo com o barómetro da Aximage para o JN/ TSF e DN - que teve
como objetivo avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com a
atualidade -, 40% estão preocupados com o contexto pandémico, especialmente os
que estão na vida ativa, entre os 35 e 64 anos. Os mais velhos são os menos
preocupados, mas os mais tristes.
Os adultos em idade ativa são os que mais concordam com a perda de qualidade de vida, 58% estão entre os que têm 50 e 64 anos e 48% entre os que têm 35 e 49 anos. Precisamente os mesmos grupos que mais apontam a diminuição de rendimentos como a principal causa dessa perda (56% e 58%, respetivamente). Os mais jovens são os que mais responsabilizam o desemprego como perda de qualidade de vida (20%, contra 13% e 12% referidos pelos outros dois grupos etários). Os números que traduzem o impacto da pandemia na economia são dramáticos. Mais de 2000 empresas fecharam no ano passado e 15% das que se mantêm a funcionar apresentam risco elevado de não resistir à crise. Na restauração, um dos setores mais afetados, o inquérito mensal de dezembro da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal alertou que quase 39% dos estabelecimentos pondera fechar.
Fadiga pandémica
Com o país a bater recorde de mortos, infetados e internados, milhares, do Norte ao Sul, aproveitaram o sol do fim de semana para passear nas marginais. As imagens levaram o Governo a endurecer as medidas do confinamento. O bastonário dos psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, alertou para a fadiga pandémica. Entre os 1183 entrevistados, apenas 17% se assumiram "cansado de tudo", especialmente na Região Centro (21%) e na Área Metropolitana do Porto (20%). Quarenta por cento assumem estar "preocupados" em relação à pandemia, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa (43%) e do Porto (42%). Os homens estão mais preocupados (41%) do que as mulheres (39%), que se dizem antes cansadas, tensas, ansiosas e tristes (neste caso o triplo deles). Os mais preocupados voltam a ser os dois grupos de adultos entre os 35 e 64 anos. Os jovens são os que se dizem mais cansados das medidas e do contexto. E os mais velhos são os menos preocupados, menos cansados, mas mais tristes (12% contra 0% entre o grupo dos 18 aos 35 anos).
"Há imensas pessoas em
sofrimento a verem a sua vida a degradar-se, sem dinheiro, a ficarem sem
emprego, basta olhar para áreas como a cultura, a restauração ou o turismo. O
impacto económico está a ter um impacto psicológico tremendo", defendeu
Francisco Miranda Rodrigues (Jornal de Notícias, texto da jornalista Alexandra
Inácio)
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