Esta foi uma espécie de
campanha, vazia e sem o povo, o mesmo povo que é chamado a votar em tempos de
pandemia, para outorgar uma espécie de eleições que envergonham a democracia,
apesar do fundamentalismo idiota de alguns gnomos pindéricos da nossa política
que transformam a Constituição numa vaca sagrada que impõe regras aos cidadãos,
cidadãos a quem as Constituições devem servir.
Não se conseguiu adiar as
eleições, mas conseguiu-se debater a eutanásia em São Bento e aprovar uma
primeira versão de um diploma institucionalizando a eutanásia, sem ouvir o que
dizem e pensam os cidadãos. Tudo porque esses gnomos da mediocridade e da
corrupção política e ideológica acham que as eleições servem para tudo e não apenas
para eleger deputados. Servem para estas patifarias, de impor legislação polémica
nas costas do povo, traindo-o.
As eleições, para esses
rafeiros da política, servem até para dar luz verde a este tipo de iniciativas
que foram deliberadamente escondidas das pessoas e mantidas no esgoto das
campanhas e dos programas (e não, não estou nem a favor nem contra,
simplesmente não tenho opinião formada porque nunca essa discussão foi
promovida para além das paredes manchadas da Assembleia da República).
Mas se tudo isso foi possível,
mesmo em pandemia, nem em estado de emergência, já uma simples mudança da data
das eleições presidenciais, por 2, 3 ou 4 meses, até que a situação sanitária
esteja menos descontrolada, isso nunca, porque a Constituição, essa vaca
sagrada com pés de barro - que também exige o combate aos corruptos e à
corrupção, sem sucesso... - não deixa. E muito menos em tempos de estado de
emergência.
O resto funciona tudo, o
governo governa ou desgoverna, a Assembleia da República aprova ou recusa, mas
alterar a data de eleições, esse "crime hediondo" isso nunca. Ferro
Rodrigues e outros "guardiões" da treta da moralidade e das regras
elementares da nossa democracia, da justiça e das patifarias que elas escondem
nos bastidores pôdres de sociedades cada vez mais fartas de mentirosos, de
corruptos e de aldrabões, isso não.
A mesma pandemia que por um
lado obriga ao confinamento e limita a liberdade dos cidadãos - tudo isso em
nome da defesa sanitária colectiva e do combate ao flagelo da pandemia - mas
que para votar vira libertinagem e deixa de ser perigosa para que o povo manso
vá sancionar nas urnas esta espécie de eleições e eleja a nossa "rainha de
Inglaterra" sem poderes num regime político parlamentar. Tudo isto porque
os senhores da política e os tais gnomos, têm coisas mais importantes com que
se preocupar. E assinar. E dar e receber. E esconder (LFM)
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