Vamos ter calma no que toca ao reinício da
actividade escolar. Sem ansiedades e sem dramas, mas percebendo a realidade com
a qual todos hoje lidam nas escolas da RAM, as contradições até do poder, as
hesitações, as acusações cruzadas, os silêncios, as cumplicidades perante a
irresponsabilidade, etc.
No caso das escolas da RAM, quem criou
expectativas e gerou confusão foi quem anunciou (31.12.2020) que a RAM tinha
100 mil testes para a comunidade escolar regional, professores, funcionários e
alunos. Segundo a SRE (24.11.2020) a comunidade educativa na Região Autónoma da
Madeira é constituída por cerca de:
- 42.000 alunos
- 6.000 professores
- 4.000 funcionários.
As contas estavam certas. Davam (os testes
rápidos) para todos, mesmo que a sua fiabilidade seja questionada (mas é melhor
que nada, diz o povo e com razão). Depois houve um recuo, ou uma pirueta se
preferirem, que não pode ser "justificada" de novo com uma qualquer
lenga-lenga sem credibilidade. Desistiram de testar os mais de 40 mil alunos,
alegando que não são eles não representam uma ameaça neste contexto pandémico e
pronto! Mas, enquanto isso, vão ler o comunicado da SRE sobre a situação nas
escolas, relativo ao primeiro período, e vejam entre os infectados com covid19,
a quem pertenceu a maior percentagem de contaminações! Aliás até podem ver os
dados de hoje, 5 de Janeiro de 2021…
Melhor seria recuar e não dizer mais nada,
esperando que depois da polémica causada, o assunto morresse por si, com a
lenta e cautelosa normalidade funcional. Agora temos todos desconfiados e
temerosos, incluindo pais e encarregados de educação.
Aos docentes e funcionários resta saber os
resultados dos testes PCR (ou rápidos?) e depois disso manterem reforçados
cuidados que já antes tinham, sem que as escolas baixem a guarda nas exigências
sanitárias e comportamentais.
Até parece que no primeiro período não
tivemos casos nas escolas da RAM. Basta ir ao site do GRM - caso ainda lá
esteja por que parece que a moda agora, se bem que noutras bandas, é apagar
coisas... - e contabilizar quantos casos foram identificados, na certeza de que
eventualmente muitos terão sido aqueles que passaram ao lado porque nem
chegaram a ser identificados.
Quanto aos pais e encarregados de educação,
eles melhor do que ninguém, melhor do que os outros, sabem o que devem fazer.
Sabem o que fizeram nas "festas", por onde andaram, como se
comportaram, se ligaram alguma coisa às recomendações em vigor, se pisaram o risco, se os seus filhos ou
alunos entregues ao seu cuidado também foram na mesma onda ou foram devidamente
protegidos, etc. Duvido que estejam interessados, num cenário mais extremo, em
originar, por via da desvalorização de sintomas, novas cadeias de transmissão que
em nada vão beneficiar os seus educandos. E disso podem ter a certeza, apesar
de dizerem que existe uma aparente maior tolerância avaliativa que esta
pandemia trouxe consigo. Isto de andarem, pais e encarregados de educação - sem
generalizar, como é óbvio, mas veja-se o caso da matança do porco, de festas
idiotas e descontroladas, da lamentável excursão portosantense ao Funchal e dos
estragos que tudo isso causou e que ainda vai causar - a sacudir a água do
capote e a querer atirar responsabilidades para as escolas, as quais não lhes
pertencem, ou a exigirem testes (porque leram ou ouviram alguém falar neles...)
depois de terem andado semanas na rambóia, mais ou menos histérica, sem ligarem
patavina às normais sanitárias e às recomendações sociais como o uso da
máscara, manter o distanciamento e não descurar a limpeza (desinfeção) das
mãos, não pode ser tolerado.
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