sábado, dezembro 02, 2023

Sondagem: Montenegro perde para Pedro Nuno Santos e empata com Carneiro

Probabilidade de social-democrata chegar a primeiro-ministro depende do adversário socialista. Mas há 49% que dizem que o partido não está pronto para governar. Os indícios são sombrios para Luís Montenegro. De acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, o líder do PSD perderia a corrida ao cargo de primeiro-ministro se o adversário fosse Pedro Nuno Santos. Se os militantes do PS escolherem José Luís Carneiro, as previsões dos portugueses apontam para um empate, mas com ligeira vantagem socialista. Mas há um outro dado preocupante: continua alta a percentagem dos que consideram que o PSD não está preparado para governar (49%).

Os dados não estão todos lançados: o PS ainda terá de escolher quem será o seu líder para as legislativas de 10 de março (o favorito é Pedro Nuno Santos). Por outro lado, o trabalho de campo da sondagem decorreu antes do Congresso do PSD, em que Luís Montenegro marcou a agenda (por exemplo, com a proposta de garantir uma pensão mínima de 820 euros, através do Complemento Solidário para Idosos). Dois factos que podem fazer oscilar a balança.

Ainda assim, o ponto de partida para Montenegro não é famoso, sobretudo quanto à capacidade de vir a liderar um Governo: se há 40% que respondem que sim (com destaque para os eleitores do PSD, com 79%), são 49% os que dizem que não, com a agravante de ser esta a resposta preponderante em todos os segmentos regionais, de género, de idade e de classe social da amostra. Os sociais-democratas não fazem sequer o pleno à Direita, porque os eleitores do Chega também não acreditavam na sua capacidade de liderar um Governo (e havia 17% de eleitores do PSD que achavam o mesmo).

O adversário conta

Relativamente às hipóteses de o líder social-democrata se tornar o próximo primeiro-ministro, tudo parece depender, de acordo com as previsões dos portugueses, do adversário socialista que venha a enfrentar: com José Luís Carneiro a luta será renhida (perde por um ponto percentual), com Pedro Nuno Santos o desafio será mais difícil (perde por 16 pontos).

Quando se coloca frente a frente Luís Montenegro e o ex-ministro das Infraestruturas, 47% dos inquiridos apontam ao socialista maiores probabilidades de chegar a primeiro-ministro, contra os 31% para o social-democrata, sendo importante destacar que Pedro Nuno Santos é o favorito em todos os segmentos regionais, de género, de idade e de classe social da amostra. É só quando se analisam as escolhas por voto partidário que se encontram as exceções: o líder do PSD lidera entre os seus (66%), mas também entre os eleitores liberais e centristas (mas não entre os do Chega).

Quando o jogo se faz entre Luís Montenegro e o ainda ministro da Administração Interna, regista-se um empate, mas com vantagem para José Luís Carneiro: 38% apontam para o candidato socialista, 37% para o social-democrata, que desta vez faz o pleno à Direita (incluindo os eleitores do Chega). Carneiro faz o pleno à Esquerda, mas nota-se que a crença dos eleitores socialistas nas suas hipóteses de chegar a primeiro-ministro são menores (menos nove pontos do que no caso de Pedro Nuno Santos).

ACORDOS

Eleitores do PSD a favor de coligações pré-eleitorais

Quando se coloca em cima da mesa o cenário de coligações pré-eleitorais à Direita, é público que os dirigentes do CDS estão interessados, a Iniciativa Liberal não, e que o Chega foi excluído. Mas, deve ou não o PSD encontrar parceiros ainda antes de 10 de março? De acordo com a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, são mais os portugueses que rejeitam coligações à Direita (47%) do que aqueles que a defendem (36%). Mas o cenário inverte-se se destacarmos apenas as respostas dos eleitores sociais-democratas: 51% são a favor, 39% são contra. E também há um ambiente favorável a coligações pré-eleitorais entre quem vota no CDS, IL e Chega (dos mais para os menos entusiastas). E com quem deveria o PSD entender-se previamente? Em primeiro lugar com o CDS, depois com os liberais, mas também com o Chega. Mesmo no caso de uma vitória do PSD nas legislativas, mas sem maioria absoluta, há de novo mais portugueses contra coligações (46%), neste caso pós-eleitorais. Entre a minoria de 40% que defende essa solução governativa, o parceiro preferencial volta a ser o CDS, seguido da Iniciativa Liberal e só depois o Chega (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa, 1.12.2023)

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