sábado, dezembro 02, 2023

Sondagem: Avaliação ao presidente em mínimos históricos

A crise política também passa fatura ao presidente da República: neste final de novembro, e já depois de se decidir pela demissão do Governo, dissolução da Assembleia da República e antecipação das eleições legislativas, volta a cair na avaliação dos portugueses e regista o pior resultado em mais de três anos desta série de barómetros. De acordo com a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, mantém saldo positivo, mas são agora apenas quatro pontos. Marcelo Rebelo de Sousa foi sempre a principal referência política dos portugueses ao longo dos últimos anos. Foi sempre o político mais popular e chegou a ter mais de 60 pontos de saldo positivo (diferença entre notas positivas e negativas) nas avaliações regulares. A partir de abril do ano passado iniciou uma rota descendente, que se prolongou até abril deste ano. Em julho, em plena rota de colisão com Costa e na ressaca da crise do Governo desencadeada pelo “deplorável” episódio que envolveu Galamba, ganhou alguma popularidade. Mas voltou à rota descendente, à medida que se foi degradando a situação política. E cai para níveis mínimos, depois de derrubar a maioria absoluta e marcar novas eleições.

Causa e efeito

A relação de causa e efeito torna-se evidente ao analisar um dos segmentos da amostra: os eleitores socialistas, que revelaram, barómetro após barómetro, ser os mais entusiastas, travaram a fundo e fazem pela primeira vez uma avaliação negativa a Marcelo. Ao contrário, entre os eleitores sociais-democratas, aparentemente gratos ao presidente, dispararam as avaliações positivas. São os eleitores do PSD, na verdade, que evitam a queda abaixo da linha de água.

Também noutro tipo de segmentos da amostra se verifica inversão de tendências. Em particular nos grupos etários: até outubro, os dois escalões mais velhos estavam quase sempre entre os mais entusiastas, mas agora, no caso dos que têm 65 anos ou mais, o saldo passa a negativo. Por oposição aos mais jovens, que deixaram de ter uma avaliação neutra do presidente e passaram para terreno positivo. O que não mudou foi o facto de Marcelo continuar a beneficiar de maior apreço no feminino. Se fosse apenas pelos homens, estaria em terreno negativo.

Esclarecimento

65% - Dois terços dos portugueses entendem que o presidente da República deve mais esclarecimentos sobre a crise política, a dissolução do Parlamento e o regular funcionamento das instituições. Isso não deverá acontecer: depois de vários dias em silêncio, Marcelo veio de novo a público, mas para dizer que este é o tempo dos partidos. O seu só recomeça depois das eleições de 10 de março (Jornal de Notícias, teto do jornalista Rafael Barbosa)

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