quarta-feira, dezembro 27, 2023

Coligações pré-eleitorais entre PSD e CDS: uma história que começou em 1979

PSD e CDS entram em 2024 com uma coligação pré-eleitoral que se vai estender a três actos eleitorais e, em certa medida, às autárquicas de 2025. A primeira vez em que PSD e CDS se aliaram numa coligação pré-eleitoral foi em 1979. Na época, a aliança contou com o PPM (Partido Popular Monárquico) e tinha como protagonistas Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ribeiro Telles. Desde então, PSD e CDS formaram mais sete coligações: duas para eleições legislativas, duas para europeias, uma em eleições para a assembleia legislativa dos Açores e uma em eleições para a assembleia legislativa da Madeira. E junta-se agora a recém-anunciada aliança, que se estenderá a três actos eleitorais e que abre a porta a coligações, em função de "entendimentos de base local", para as autárquicas de 2025.

A coligação pré-eleitoral Aliança Democrática (AD) surgiu em 1979, a propósito das legislativas, e uniu PSD (com Francisco Sá Carneiro), CDS (com Diogo Freitas do Amaral) e PPM (com Gonçalo Ribeiro Telles). A coligação estendeu-se também às eleições autárquicas desse ano, concorrendo a várias autarquias, mas não a todas. Desde então, o historial mostra que PSD e CDS fizeram várias coligações pré-eleitorais a nível local, mas nunca enquanto aliança para todos os municípios – aliás, tal como o acordo agora anunciado para uma nova AD, em que a decisão sobre eventuais coligações caberá aos dirigentes locais.

Em 1980, o país foi novamente a votos para a Assembleia da República e uma vez mais, no boletim, constava a AD. Vinte e quatro anos volvidos, em 2004, PSD e CDS formaram nova aliança, dessa feita para as eleições para o Parlamento Europeu. Chamava-se Força Portugal e tinha João de Deus Pinheiro como cabeça de lista. No mesmo ano, nas eleições para a assembleia dos Açores, os partidos concorreram coligados.

Nas eleições europeias de 2014 (e apesar de, dez anos antes, tal coligação não ter dado uma vitória à direita), PSD e CDS voltaram a unir-se. Nessas eleições, a coligação entre os dois partidos foi baptizada de Aliança Portugal e teve como cabeça de lista o social-democrata Paulo Rangel. Na época, o Governo (de aliança pós-eleitoral PSD/CDS) era liderado por Pedro Passos Coelho. Um ano depois, nas eleições legislativas de 2015, os partidos no Governo candidataram-se em conjunto. Passos Coelho e Paulo Portas, do CDS, protagonizaram a coligação Portugal à Frente (PaF), que venceu as eleições. Sete anos depois, PSD e CDS foram juntos às eleições regionais dos Açores com o nome AD.

Já em 2023, nas eleições para a assembleia legislativa da Madeira, em Setembro, PSD e CDS voltaram a unir esforços, com a coligação Somos Madeira, que venceu sem maioria absoluta. No próximo ano, os portugueses terão no seu boletim de voto, uma vez mais, uma coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS, que irá a votos em três actos eleitorais: eleições nos Açores (Fevereiro), legislativas (Março) e europeias (Junho) (Publico, texto da jornalista Mariana Marques Tiago)

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