sexta-feira, julho 15, 2022

Novo Banco revelou-se “uma mina” e deu milhões a privados

 

Foi divulgado esta semana o relatório da segunda auditoria realizada pelo Tribunal de Contas (TdC) na sequência do pedido da Assembleia da República, “[às] operações e [aos] atos de gestão que estiveram na origem e levaram à necessidade de transferências de verbas do Fundo de Resolução para o Novo Banco”. Nela o TdC aponta o dedo a todos os intervenientes, desde o Estado ao Banco de Portugal, mas com principal incidência na gestão da equipa de António Ramalho e na falta de atuação do Fundo de Resolução, liderado pelo vice-governador do BdP, Luís Máximo dos Santos. Apesar de uma possível gestão danosa do NB, este revelou-se “uma mina” para os privados. De acordo com o relatório do TdC, o NB terá vendido património imobiliário com descontos de 75%, incluído em duas grandes carteiras, que terão garantido aos seus compradores “mais-valias iguais ou superiores a 60%”, tendo estes arrecadado cerca de 29 milhões de euros.

“Em 2018 e 2019, o NB vendeu ativos com desconto de 75% face ao valor nominal ou valor contabilístico bruto e de 33% face ao valor contabilístico líquido de imparidades. Não foi demonstrado que a estratégia de redução de ativos através de vendas em carteira fosse eficaz e eficiente na prossecução do princípio da minimização das perdas/maximização do valor dos ativos. Nas revendas realizadas, os compradores do património imobiliário, incluído em duas carteiras, obtiveram mais-valias iguais ou superiores a 60%”, aponta o relatório do TdC (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)

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