sábado, junho 04, 2022

Armas enviadas para a Ucrânia vão terminar nas mãos de criminosos, alerta chefe da Interpol


As armas enviadas para a Ucrânia após a invasão da Rússia vão acabar na economia oculta global e nas mãos de criminosos, alertou esta quinta-feira o chefe da Interpol. Jürgen Stock garantiu que, uma vez terminado o conflito, uma onda de armas pesadas e canhões vai inundar o mercado internacional e instou os Estados-membros da Interpol, especialmente aqueles que fornecem armas, a cooperar no rastreamento das mesmas.

“Assim que as armas se silenciarem [na Ucrânia], vão chegar as armas ilegais. Sabemos disso de muitos outros teatros de conflito. Os criminosos estão até agora, enquanto falamos, focados nelas”, apontou Stock. “Grupos criminosos tentam explorar essas situações caóticas e a disponibilidade de armas, mesmo aquelas usadas pelos militares e incluindo armas pesadas. Estas estarão disponíveis no mercado criminal e vão criar um desafio. Nenhum país ou região pode lidar com isso isoladamente porque esses grupos operam a um nível global”, referiu.

“Podemos esperar um influxo de armas na Europa e além. Devemos ficar alarmados e devemos esperar que essas armas sejam traficadas não apenas para países vizinhos, mas para outros continentes”, reforçou o responsável alemão. A Interpol já pediu aos seus membros que usem o seu banco de dados para ajudar a “rastrear” as armas. “Estamos em contacto com os países membros para incentivá-los a usar essas ferramentas. Os criminosos estão interessados ​​em todos os tipos de armas… basicamente, qualquer arma que possa ser transportada pode ser usada para fins criminosos.” Os aliados ocidentais da Ucrânia enviaram carregamentos de armas militares de ponta para a Ucrânia desde a invasão russa há mais de três meses. Na terça-feira, o presidente americano, Joe Biden, anunciou que os EUA forneceriam a Kiev sistemas avançados de mísseis e munições. Jürgen Stock, secretário-geral da organização internacional de policiamento, disse que o conflito na Ucrânia também levou a um aumento no roubo de fertilizantes em grande escala e um aumento dos agroquímicos falsificados. Houve também um grande aumento no roubo de combustível. “Esses produtos tornaram-se mais valiosos”, apontou (Multinews, texto do jornalista Francisco Laranjeira)

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