O embaixador da Rússia junto da ONU incluiu ontem Portugal numa lista de países fornecedores de equipamento militar a Kiev, acusando-os de serem “diretamente responsáveis pelo arrastar” da guerra. Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação na Ucrânia, Vasily Nebenzya criticou o Ocidente por fornecer armamento e artilharia de longo alcance a Kiev, visando atingir “a população civil de língua russa” na região do Donbass (leste ucraniano).
O diplomata russo acusou ainda o Ocidente de promover a “russofobia”, indicando, por exemplo, que restaurantes em muitos desses países se recusam a atender clientes russos. Nesta reunião do Conselho de Segurança, os alegados crimes cometidos pelas tropas russas na Ucrânia também estiveram sob análise, com a conselheira especial do secretário-geral para a Prevenção de Genocídios, Alice Wairimu Nderitu, a alertar para as “alegações graves que têm sido levantadas, incluindo a indicação da possível prática de genocídio e crimes de guerra”.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto. A ONU confirmou que 4.597 civis morreram e 5.711 ficaram feridos na guerra, que entrou esta terça-feira no seu 118.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates (Multinews)
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