A Assembleia da
República chumbou Vitalino Canas e António Clemente Lima para juízes do
Tribunal Constitucional (TC) e voltou a rejeitar reconduzir o ex-ministro
Correia de Campos para presidir ao Conselho Económico e Social (CES), avança a
“Lusa”. Face à actual configuração do Parlamento, a aprovação dos nomes
implicava um consenso entre o PS e o PSD, mas desta vez não houve negociação
entre os dois maiores partidos. Os nomes são eleitos por voto secreto, votando
cada deputado de forma individual – PSD e CDS já anunciaram que será concedida
liberdade de voto.
Vitalino Canas,
em particular, recebeu críticas quer à esquerda quer à direita. Fonte oficial
da direcção do PSD avisou na segunda-feira que a bancada laranja não está
«confortável» com o nome do ex-deputado, mas figuras históricas do PS, como
Manuel Alegre, Ana Gomes e Henrique Neto, também criticaram a proposta do
partido. Fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República adiantou
que também não foram eleitos os vogais para o Conselho Superior da
Magistratura. A votação mais baixa foi a dos candidatos a juízes do TC, que, em
lista conjunta, tiveram o voto favorável de apenas 93 dos 219 deputados
votantes (42%), muito longe da maioria de dois terços exigida para a sua
eleição (146).
Numa eleição em
que PSD, BE e Iniciativa Liberal já tinham manifestado reservas públicas quanto
ao nome do ex-porta voz do PS Vitalino Canas, os candidatos tiveram 96 votos em
branco e 30 nulos. Apesar de os dois nomes terem sido indicados pelo PS, nem
sequer fizeram o pleno da totalidade da bancada socialista, que tem 108
deputados. O antigo ministro da Saúde António Correia de Campos, também
indicado pelo PS, falhou pela segunda vez a recondução como presidente do CES:
depois de em Dezembro ter recolhido 125 votos favoráveis de 209 votantes, hoje
apenas teve 110 ‘sim’ em 219 votantes (82 brancos e 27 nulos), também muito
distante dos necessários dois terços.
Em 2016, na
primeira vez que foi proposto para presidir ao CES, Correia de Campos só à
segunda tentativa conseguiu alcançar os dois terços necessários dos votos. A
lista conjunta do PS e PSD para o Conselho Superior da Magistratura, que já
tinha falhado a eleição em Dezembro, voltou a não reunir os apoios necessários.
Dos 219 votantes, 138 disseram «sim» (eram necessários 146 para formar dois
terços dos presentes), 63 votaram em branco e 18 nulo. Assim, não foram eleitos
Vítor Manuel Pereira de Faria, José António de Melo Pinto Ribeiro, António
Barradas Leitão, Licínio Lopes Martins, António Vieira Cura, Inês Ferreira
Leite e André Filipe de Oliveira Miranda (Executive Digest)
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