quinta-feira, março 26, 2020

Não é prioridade agora, mas vai ter que ser quando esse tempo chegar

Se a Europa falhar agora na solidariedade, como prevejo vá acontecer, defendo que Portugal deve realizar em devido tempo um referendo sobre a sua continuidade nesta Europa dos ricos e dos capitalistas selvagens. E exigir o regresso da Europa ao espírito dos fundadores e do Tratado de Roma. Esta Europa de hoje é uma Europa burocratizada, de tachos, de oportunistas, de máfias, de lobbys, de pressão, de manipulação, de injustiças, de insensibilidade social, desumanizada, que está permanentemente ao serviço de interesses e atolada em jogos de bastidores, dependente dos conflitos entre ricos e mais pobres, das guerras entre o norte rico e o sul que aqueles acusam de despesista e irresponsável. Tal como já disse, depois desta pandemia nada ficará como antes, em nada. E as escolhas terão que ser feitas pelos povos em função de comportamentos, atitudes, exemplos e gestos de solidariedade efectiva e de eficácia no assumir das suas obrigações colectivas. Lagarde, no BCE - de onde saltou do FMI - mete nojo e a nova presidente da Comissão, a alemã Ursula von der Leyen - que ninguém sabe como chegou ao cargo, ou melhor, saber até sabemos, não se entende é a razão desta escolha frágil que só reforçou o poderio germânico na UE - por muito que disfarce e tente branquear a sua imagem de pau-mandado de Merkel e da Alemanha (mesmo que se saiba que hoje a Alemanha está à rasca, muito mais à rasca do que na crise de 2008), continua a ser uma alemã refém de ideias e pensamentos europeus mais fundamentalistas e dos interesses do eixo Paris-Bona que é quem dita ordens e manda nesta Europa fragilizada com a saída do Reino Unido, um dos países fundadores. Paradoxos!
Nova guerra se perspectiva no horizonte, de novo, uma vez mais, á volta dos eurobonds e da resposta financeira e orçamental ao caos que se perspectiva e que vai deixar um rasto de destruição social inimaginável na qual não devemos pensar agora. As prioridades dis europeus, neste momento, são outras, bem mais importantes do que discutir euros, défices ou dívidas, porque nada disto faz sentido se a Europa "desaparecer" (LFM)

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