segunda-feira, março 30, 2020

47 milhões sem trabalho e taxa de desemprego de 32%: o impacto devastador do vírus nos EUA

Milhões de americanos já perderam o emprego devido à crise do coronavírus e o pior dos estragos, “ainda está por vir”, segundo estimativa da (Fed) Federal Reserve dos EUA. Os economistas do Estado de St. Louis da Fed projetam reduções totais de emprego na ordem dos 47 milhões, o que resultaria numa taxa de desemprego de 32,1%, de acordo com uma análise citada pela CNBC. As projeções desta segunda-feira são ainda piores do que as já divulgadas estimativas de 30%, avançadas pelo presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, e refletem o peso dos empregos em risco que, em última análise, poderiam ser perdidos por um congelamento económico induzido pelo governo, com o objetivo de impedir a propagação do coronavírus.
“São números muito avultados para os padrões históricos, mas este é um choque único, diferente de qualquer outro vivido pela economia americana nos últimos 100 anos”, considera o economista da Fed de St. Louis, Miguel Faria-e-Castro, num estudo que apresentou recentemente. As compilações de Faria-e-Castro centram-se nas pesquisas anteriores da Fed, mostrando 66,8 milhões de trabalhadores em “ocupações com alto risco de demissão”. São vendas, produção, preparação de alimentos e serviços. Nesta sua pesquisa também identificou 27,3 milhões de pessoas que trabalham em empregos de “alto contacto intenso”, como barbeiros e estilistas, assistentes de bordo, em companhias aéreas, e serviços de alimentos e bebidas.

Com base nestes dados, foi possível estimar uma perda de pouco mais de 47 milhões de postos de trabalho. O que elevaria os níveis de desemprego nos Estados Unidos para 52,8 milhões, ou seja, três vezes pior que o pico da Grande Recessão. A taxa de desemprego de 30% superaria o pico da Grande Depressão, de 24,9%.
O único lado positivo, em potencial, é a probabilidade de que a desaceleração possa ser comparativamente mais breve.
Numa entrevista à CNBC, na semana passada, Bullard disse que o número de desempregados “será incomparável, mas não desanime. Este é um trimestre especial, e quando o vírus desaparecer e se jogarmos bem as cartas e mantivermos tudo intacto, todos voltarão ao trabalho e tudo ficará bem” (Executive Digest)

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